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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Córneas artificiais prontas para testes em humanos

A borda da córnea artificial recebeu uma alteração química que induz o crescimento local de células, o que representa um elemento de "ancoragem definitiva" do implante no olho.

Fila sem fim

Transplante de córnea e fila de espera são duas expressões que parecem não ter nada a ver uma com a outra, mas que o lado duro da realidade mantém intimamente interligadas.
Um agravante para isso é que muitos pacientes não toleram as córneas naturais transplantadas. Para esses, nem mesmo a fila de espera representa uma esperança.
Assim, sem poder contar com as córneas naturais, pesquisadores de todo o mundo trabalham arduamente para criar córneas artificiais que possam atender às necessidades dos pacientes.
A boa notícia vem agora da equipe do Dr. Joachim Storsberg, do Instituto de Polímeros Aplicados em Potsdam, na Alemanha, que trabalha em uma córnea artificial de plástico desde 2007.

Resultados comprovados

Os primeiros esforços já deram frutos, resultando em uma córnea artificial que atende as necessidades de pacientes cuja córnea se torna translúcida, uma condição extremamente difícil de tratar.
Com os primeiros sucessos, o pesquisador agora está fabricando córneas mais flexíveis também quanto ao uso.
"Nós estamos no processo de desenvolvimento de dois tipos diferentes de córneas artificiais. Um deles será usada como alternativa para a córnea de um doador nos casos onde o paciente não tolera o transplante," diz o pesquisador, ressaltando que este é o caso mais crítico, uma vez que nem mesmo a fila de transplantes é uma opção para esses pacientes.
O segundo tipo pretende ser mais genérico, eventualmente substituindo de vez as córneas de doadores em todos os transplantes.

Testes em humanos

Quando fala em "processo de desenvolvimento", o pesquisador se refere aos testes necessários para que o dispositivo seja aprovado pelas autoridades de saúde, uma vez que os protótipos já estão prontos.
As novas córneas artificiais são feitas com polímeros com propriedades de absorção de água ainda mais eficientes. Uma segunda camada de revestimento garante maior firmeza do implante no olho.
Além disso, a borda da córnea artificial recebeu uma alteração química que induz o crescimento local de células, o que representa um elemento de "ancoragem definitiva" do implante no olho.
Os testes iniciais já mostraram que os novos revestimentos não induzem respostas imunológicas, atestando a biocompatibilidade dos materiais usados.
Todos os testes foram feitos em coelhos. Agora a equipe irá começar os testes em humanos.
Fonte: Inovação Tecnológica

terça-feira, 25 de setembro de 2012

23 usinas e 74 reatores nucleares têm risco de tsunami

Os destroços dos reatores de Fukushima não conseguem expressar o impacto sofrido pela população japonesa após o acidente em Fukushima.

Risco de tsunami

No tocante à energia nuclear, o terremoto e o tsunami que o seguiu, que atingiram o Japão em 2011, destruíram mais do que as usinas de Fukushima, eles colocaram abaixo a confiança que restava na energia nuclear.
E pesquisadores espanhóis acabam de publicar um estudo que mostra que as usinas nucleares ao redor do mundo estão muito mais sujeitas aos efeitos de um tsunami do que os governos gostariam de admitir.
No total, 23 usinas nucleares - com um total de 74 reatores - estão em áreas de risco de tsunami.
Como é muito difícil prever a ocorrência de um tsunami, os pesquisadores avaliaram áreas "potencialmente perigosas" e verificaram a presença ou a construção em andamento de reatores nucleares nessas áreas.
Os autores usaram dados históricos, arqueológicos, geológicos e medições de instrumentos para atribuir o risco de tsunami a cada área.

Usinas nucleares em risco de tsunami

Das 23 usinas em áreas de risco de tsunami, 13 usinas, com 29 reatores, estão em pleno funcionamento; 4 usinas, com 20 reatores, estão com obras de expansão, que elevarão o número para 29 reatores; e há 7 novas usinas nucleares em construção, com 16 reatores.
Há 7 usinas nucleares, com 19 reatores, em áreas de risco no Japão. A Coreia do Sul tem 2 usinas, com 5 reatores. A Índia, com 2 reatores, e o Paquistão, com um, também correm o risco de serem atingidos por um tsunami. As usinas restantes sob risco estão na China.
Há atualmente 64 reatores nucleares em construção no mundo, dos quais 27 estão localizados na China. "O mais importante é que 19 desses 27 reatores, dos quais 2 estão em Taiwan, estão sendo construídos em áreas identificadas como perigosas," afirma o estudo.

Associadas à destruição

Frutos de uma época na qual parecia estratégico dominar o ciclo do enriquecimento do combustível nuclear, com vistas à construção de bombas, a energia nuclear nunca foi totalmente aceita pela população, devido ao risco de acidentes.
Os defensores da energia nuclear afirmam que foram "apenas" três acidentes de proporções graves em toda a história - Three Mile Islands (EUA), Chernobyl (Ucrânia) e Fukushima (Japão) - mas hoje já se sabe que os riscos de acidentes nucleares são muito maiores do que os técnicos divulgam.

>> Acidente nuclear é 200 vezes mais frequente que estimado

Com base nas evidências, a Alemanha anunciou que vai fechar todas as suas usinas nucleares até 2022 e o Japão irá abandonar o uso de energia nuclear até 2040. No Brasil, o governo deu mostras claras de não saber o que fazer com seu projeto nuclear.

>> Potencial eólico global é calculado em termos realistas

Fonte: Inovação Tecnológica

sábado, 8 de setembro de 2012

Brasil participará de mapeamento 3D do Universo

O objetivo do J-PAS é gerar mapas tridimensionais do Universo, indicando com alta precisão a localização de galáxias, quasares e outros objetos.

Universo em 3D

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) vão participar do projeto internacional J-PAS (Javalambre Physics of the accelerating Universe Astrophysical Survey).
O objetivo do J-PAS é gerar mapas tridimensionais do Universo, indicando com alta precisão a localização de galáxias, quasares e outros objetos.
Coordenado por instituições do Brasil e da Espanha, o projeto deverá concluir em dois anos a instalação de um novo observatório astronômico na Espanha, dotado de telescópio com câmera de altíssima resolução que, durante 5 anos, fará um mapeamento do Cosmos.
Os mapas serão usados no estudo da estrutura da energia escura e da matéria escura, e em questões ligadas à expansão acelerada do Universo.
"Um dos grandes problemas atuais da astrofísica e da cosmologia é que o Universo está se expandindo aceleradamente. Além disso, não sabemos do que é feita a maior fração da matéria e energia do Universo," afirma o professor Raul Abramo, do Instituto de Física da USP, que integra o projeto.

Telescópio de rastreio

"Para que os nossos conhecimentos avancem, serão necessários grandes mapas tridimensionais do Universo, que só podem ser feitos detectando-se galáxias em um volume muito grande. Isso só é possível quando mapeamos vastas áreas do céu em telescópios dedicados como o do J-PAS," explicou.
A energia escura, acreditam os cientistas, é a responsável pela expansão acelerada do Universo.
"O telescópio vai observar dezenas de milhares de galáxias e determinar sua posição com alta precisão", diz o professor. "O mesmo será feito com os quasares, considerados os objetos mais brilhantes do Universo, que são o resultado de discos de matéria girando em torno de buracos negros supermassivos em galáxias distantes. Também seremos capazes de detectar milhares de supernovas, que são explosões de estrelas cujo brilho pode ser maior do que o de uma galáxia inteira."
Abramo lembra que foram as supernovas que apontaram os primeiros indícios da expansão acelerada do Universo em 1998, descoberta que rendeu o Prêmio Nobel de Física de 2011 aos norte-americanos Saul Perlmutter, Brian Schmidt e Adam Riess.

>> Nobel de Física vai para aceleração da expansão do Universo

"No caso do J-PAS, o mapeamento servirá não apenas para estudar como se dá essa expansão, mas também para verificar se a força gravitacional de fato atua da maneira prevista pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein", observa.

Pesquisadores brasileiros cuidam do projeto e da construção da câmera panorâmica do telescópio, com campo de visão de 3 graus quadrados.

Quinto dos céus

O observatório será instalado na Espanha, na Serra de Javalambre, próximo à cidade de Teruel, localizada a 200 quilômetros ao leste da capital Madri.
As instalações do J-PAS, incluindo o telescópio com espelho de 2,5 metros de diâmetro, devem estar em funcionamento até 2014, e o trabalho de mapeamento deve durar de 5 a 6 anos. O investimento total é de US$40 milhões.
"Pretende-se mapear uma área de 8.000 graus quadrados [medida do ângulo de visão que pode ser observado do céu], equivalente a um quinto de todo o céu, que tem cerca de 41.000 graus quadrados", diz Abramo.

Supercâmera

Pesquisadores brasileiros cuidam do projeto e da construção da câmera panorâmica do telescópio, com campo de visão de 3 graus quadrados.
"Será uma das maiores câmeras do mundo, tanto no tamanho físico quanto na quantidade de dados das imagens, que terão 1,2 gigapixels, o equivalente a 250 câmeras digitais comuns", aponta o professor.

>> Maior câmera digital do mundo compartilhará dados com o público

A câmera é formada por uma matriz de 14 sensores do tipo Charge-Coupled Device (CCD), cada um com capacidade de 90 megapixels.
"As observações ópticas se servirão de filtros estreitos para medir um espectro de baixa resolução de tudo o que for observado pelo telescópio, o que dará uma precisão muito grande na posição espacial das galáxias".
O projeto envolve aproximadamente 70 pesquisadores de todo o mundo. Espanhóis e brasileiros coordenam o projeto, que também conta com a participação de cientistas de outros países, como Estados Unidos, Itália e Inglaterra.
No Brasil, além do Instituto de Física e do Departamento de Astronomia da USP, o projeto também envolve o Observatório Nacional (ON), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre outras.

Fonte:Inovação Tecnológica.

Implantes médicos vão trocar baterias por eletricidade sem fios

O minúsculo receptor aqui já aparece montado sobre o chip completo a ser implantado, com o conjunto alcançando 12 milímetros quadrados.

Marca-passos sem baterias

Pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) demonstraram que é possível eliminar as baterias dos implantes médicos, incluindo os marca-passos cardíacos.
Embora muito eficientes, os marca-passos exigem cirurgias de manutenção periódicas, com todos os riscos normais de uma cirurgia, agravados pela condição intrinsecamente frágil do paciente.Isso poderia ser eliminado se não fosse necessário trocar periodicamente as baterias desses implantes.
A equipe da Dra Ada Poon demonstrou que é possível alimentar um marca-passos usando um aparelho que recebe a eletricidade transmitida do lado de fora do corpo, sem usar fios.

Receptor de eletricidade

Os pesquisadores fabricaram um aparelho de recepção de energia do tamanho de um grão de açúcar - um cubo com 0,8 milímetro de lado - e simularam sua implantação no peito de um homem adulto, a uma profundidade de cinco centímetros.Essa distância é inédita nos experimentos de transmissão de eletricidade sem fios.
A eletricidade é enviada para dentro do corpo usando um aparelho externo de alta frequência, que pode ser focalizado para atingir precisamente o emissor.A miniaturização extrema do receptor foi possível porque há uma relação inversa entre a frequência das ondas transmitidas e o tamanho da antena que deve recebê-las.
Ou seja, para enviar um determinado nível de potência, ondas de baixa frequência exigem grandes bobinas para recepção da energia. Já as altas frequências podem trabalhar com bobinas menores.
Como o marca-passos e outros implantes exigem pouquíssima energia, é possível usar um aparelho tão pequeno.

Os pesquisadores desmentiram o consenso científico sobre a transmissão de ondas eletromagnéticas pelo corpo humano.


Contra o consenso

Para isso, contudo, a Dra Ada teve que contradizer todos os cientistas.A "verdade científica" aceita até então dizia que ondas de alta frequência não conseguem penetrar no corpo humano, o que fez muitas equipes desistirem da transmissão sem fios para implantes médicos. Ignorando o consenso, a pesquisadora revelou que os modelos estavam errados.
O tecido humano dissipa campos elétricos rapidamente, é verdade, mas as ondas de rádio podem viajar de uma forma diferente, com ondas alternantes de campos elétricos e magnéticos. Com as equações corretas em mãos, a Dra Ada descobriu que os sinais de alta frequência viajam muito mais profundamente do que se suspeitava.
"Na verdade, para alcançar uma maior eficiência, é realmente vantajoso que o tecido humano seja um condutor elétrico muito pobre.", disse Sanghoek Kim, responsável pelos experimentos. "Se fosse um bom condutor, ele poderia absorver energia, aquecer e impedir que energia suficiente atingisse o implante."
De acordo com os novos modelos, os pesquisadores descobriram que a potência máxima transferida através dos tecidos humanos ocorre a cerca de 1,7 bilhão de ciclos por segundo (1,7 GHz).
"Nessa faixa de alta frequência, podemos aumentar a transferência de energia em cerca de dez vezes em relação aos dispositivos anteriores," finaliza a pesquisadora.

Fonte: Inovação Tecnológica.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Brasil adere a consórcio internacional de pesquisas marinhas

Cientistas e engenheiros brasileiros trabalharão a bordo do navio científico de perfuração JOIDES.

Terra sólida abaixo da água

O Brasil juntou-se a um esforço internacional de pesquisas marinhas. Agora, o consórcio IODP ( Integrated Ocean Drilling Program - Programa Integrado de Perfuração Oceânica) já conta com 26 países membros.
O objetivo do projeto é documentar as alterações ambientais no fundo do mar, monitorando e coletando amostras de várias partes dos oceanos em todo o planeta. Como o nome do programa indica, uma das principais atividades consiste na perfuração do leito dos oceanos para coleta de amostras.
A bordo de navios científicos especializados em perfuração, os cientistas pretendem avançar na compreensão da Terra através da perfuração e coleta de testemunhos de sondagem, monitorando e documentando processos terrestres, ciclos da parte sólida da Terra, a biosfera de subsuperfície e a geodinâmica.

Abaixo do convés, esta é a área do navio mais movimentada durante as expedições de perfuração e coleta de testemunhos de sondagem.

Terremotos e tsunamis

A primeira expedição do IODP contando com pesquisadores brasileiros terá início no mês que vem, na costa da Costa Rica. Os cientistas querem aprender mais sobre os processos que provocam terremotos de grande porte, eventualmente provocando tsunamis.
Eles farão isso investigando uma zona de subducção erodida, uma zona onde a crosta da Terra está retornando para o manto por uma erosão submarina - uma espécie de voçoroca marinha.A associação do Brasil ao consórcio, patrocinado pela CAPES, permitirá o envio ao exterior de jovens pesquisadores, através do programa Ciência Sem Fronteiras.

Fonte: Inovação Tecnológica







terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cursos 24 Horas - 10 motivos para estudar


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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tomadas elétricas inteligentes acessam internet sem fios

"Esse componente torna a casa inteligente do futuro uma realidade," dizem os engenheiros.

Interruptores remotos

Você consegue imaginar uma situação na qual seja necessário acender seu abajur pela internet? Talvez não, mas acender e apagar todas as luzes de sua casa quando você está fora, ou pré-aquecer o forno enquanto ainda está no supermercado comprando um congelado são situações mais perto do dia-a-dia.
E pode haver muitas mais, para as quais tudo o que você precisará é de uma tomada que entenda o novo protocolo da internet, o IPv6, onde você possa plugar o aparelho que deseja controlar à distância. Se você vai ligar o abajur ou a máquina de lavar, tanto faz, basta plugar o aparelho desejado nessa tomada, e acessá-la pelo seu celular ou qualquer computador. E a melhor notícia é que a tomada, que dá um outro sentido ao termo "plugar", já está pronta.

Tomada elétrica sem fios

O protótipo da nova tomada foi construído por engenheiros do Instituto Fraunhofer, na Alemanha. E com uma vantagem adicional: a tomada precisa dos fios da energia elétrica, mas, do ponto de vista da internet, ela é sem fios: a conexão é feita automaticamente pelo roteador. Além das tomadas sem fios propriamente ditas, o sistema usa um dispositivo USB conectado ao roteador.
O usuário entra o comando para ligar ou desligar o aparelho através de um navegador web ou aplicativo Android. O roteador recebe o comando, endereça-o para o dispositivo USB, que se incumbe de conversar com a tomada de energia, tudo usando dados criptografados. Esta função de comunicação de duas vias também permite que a tomada de energia sem fios envie dados para o usuário, informando a quantidade de energia que os aparelhos ligados a ela estão consumindo naquele momento. "Qualquer eletrodoméstico plugado em uma dessas tomadas pode ser ligado ou desligado remotamente usando um aparelho compatível com o IPv6, como um smartphone ou um laptop, de qualquer lugar," diz o Dr. Gunter Hildebrandt, coordenador do projeto.

Tomadas e interruptores inteligentes

Embora os edifícios e casas inteligentes sejam uma promessa constante, ainda são poucas as opções para quem deseja se libertar dos interruptores e tomadas, que, apesar das aparências sempre em mutação, têm o mesmo QI de 100 anos atrás - isto é, nenhum. "Esse componente torna a casa inteligente do futuro uma realidade," garante Mathias Dalheimer, membro da equipe. "Ele permite que os eletrodomésticos sejam controlados de forma inteligente, otimizando ou reduzindo o consumo de eletricidade. Por exemplo, o dono da casa pode ligar a máquina de lavar fora do horário de pico, ou a máquina de lavar louça quando os painéis fotovoltaicos no telhado estiverem gerando energia suficiente," complementa.

Fonte: Inovação Tecnológica


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Chegou a vez do Brasil fabricar um carro elétrico?

O "Seed Green City Car" deverá ter uma autonomia de 100 km.

Bem na hora

Já existem mais marcas de automóveis sendo fabricadas no Brasil do que nos Estados Unidos.Infelizmente, nenhuma delas é nacional.
Mas será que chegou a vez do Brasil produzir um carro não apenas brasileiro, mas também elétrico?
Esta é a proposta de uma empresa que parece ter escolhido caprichosamente seu nome: VEZ do Brasil.A empresa emergente está procurando investidores para colocar em prática o projeto de um carro 100% elétrico.

Elétricos e híbridos

Hoje, apenas China, Japão, Índia e Itália produzem um automóvel 100% elétrico a custos razoáveis.A proposta de um carro 100% elétrico se diferencia de um automóvel híbrido, que combina um motor de combustão interna com um gerador, um conjunto de baterias e um ou mais motores elétricos.
Já os carros puramente elétricos não possuem um motor a combustão e são integralmente movidos à energia elétrica, geralmente fornecida por baterias ou por células a combustível.

A plataforma Seed será usada para fabricar diversos modelos de veículos superleves.

Semente de carro elétrico

A ideia da VEZ do Brasil é fabricar uma plataforma, chamada SEED, de propulsão totalmente elétrica, para a construção de diversos modelos de veículos de pequeno porte.No momento, a empresa está negociando a última fatia de 25% de participação societária, para início da fabricação e comercialização dos carros modelos SEED-City Car e SEED-Utilitários.
Segundo a empresa, a proposta é que o primeiro modelo seja lançado oficialmente até o final deste ano.A linha SEED terá velocidade máxima de 120 km/h e autonomia de 100 km, o que é pouco mesmo para a tecnologia atual das baterias e para veículos de uso tipicamente urbano.

Veículos elétricos nacionais

O Brasil já fabricou dois modelos de carros elétricos totalmente nacionais, em 1974 e em 1981, feitos pela extinta Gurgel.Há cerca de dois anos, o empresário Eike Batista anunciou a criação da FBX, uma fábrica nacional de carros elétricos, com planos de iniciar suas operações em 2014.
Está em andamento também a construção de uma fábrica de motos e bicicletas elétricas, no estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Inovação Tecnológica.

Maior turbina eólica do mundo

As turbinas eólicas vêm evoluindo dramaticamente ao longo das últimas décadas, não apenas em tamanho, mas também em aerodinâmica e nas técnicas de fabricação.

Aerogerador

Está quase tudo pronto para a montagem da maior turbina eólica do mundo.Cada uma das pás mede 75 metros de comprimento.
Três delas formarão o rotor de 154 metros de uma usina-protótipo que está sendo construído pela Siemens no campo de Osterild, na Dinamarca.
A área total coberta pelo rotor alcançará 18.600 metros quadrados, equivalente a quase 2,5 campos de futebol - o diâmetro é quase suficiente para acomodar dois jatos Airbus A380 lado a lado.

Peso do ar

Quando em operação, a super turbina eólica, girando a 10 metros por segundo, extrairá energia de 200 toneladas de ar por segundo.
Devido às forças a que a turbina estará sujeita, cada pá teve que ser feita em um molde único - é o maior componente individual de fibra de vidro já produzido.
As pás incorporam avanços no material utilizado, no projeto aerodinâmico e na técnica de fabricação.
Tudo junto representou uma diminuição de 20% no peso, por sua vez reduzindo as exigências sobre as fundações, a torre e a nacele.

A área total coberta pelo rotor da maior turbina eólica do mundo alcançará 18.600 metros quadrados, equivalente a quase 2,5 campos de futebol.

Evolução eólica

As turbinas eólicas vêm evoluindo dramaticamente ao longo das últimas décadas, não apenas em tamanho, mas também em aerodinâmica, nos materiais utilizados em sua construção e nas técnicas de fabricação.
Há 30 anos, uma turbina eólica típica tinha um rotor de 10 metros (cada pá media 5 metros de comprimento) e eram capazes de gerar 30 kW.
A maior turbina do mundo agora terá um rotor de 154 metros (cada pá com 75 metros de comprimento) e deverá produzir 6 MW, uma capacidade 200 vezes maior.

Fonte: Inovação Tecnológica

terça-feira, 31 de julho de 2012

Internet em casa com fibras ópticas

Universidades e empresas demonstraram que a arquitetura funciona. Agora eles partirão para os primeiros testes reais de campo.

Sonho internético

Internet extremamente rápida, conexões mais robustas e um grande aumento na capacidade da rede, mesmo em áreas rurais, tudo com custo baixo.
É o tipo de fantasia que mantém os executivos das empresas de telecomunicações e os usuários da internet sonhando acordados ... até agora.
Uma nova tecnologia de fibras ópticas desenvolvida por um consórcio europeu promete tudo isso e muito mais.
O grupo de engenheiros de universidades, institutos de pesquisa, fornecedores de equipamentos e operadores de telecomunicações se uniu em torno do projeto SARDANA (Scalable advanced ring-based passive dense access network architecture).

Internet a velocidade da luz

O objetivo era desenvolver técnicas pioneiras para melhorar drasticamente a escalabilidade e a robustez das redes de fibras ópticas.
O grupo estava especialmente interessado em viabilizar a chegada das fibras ópticas até as residências, escritórios e empresas.
O projeto demonstrou a viabilidade de velocidades de conexão de até 10 Gigabits por segundo (Gbps) - cerca de 2.000 vezes mais rápido do que a maioria das conexões à internet de hoje.
Mais importante para que isso se torne uma realidade, os pesquisadores mostraram que tais velocidades podem ser atingidas com um custo extra relativamente modesto, usando a infraestrutura de fibras ópticas já existente e componentes já disponíveis no mercado.

Redes ópticas passivas

As redes de fibras ópticas que chegam até as residências (fibre-to-home networks), também conhecidas como redes ópticas passivas, têm uma estrutura em árvore, com o papel de raiz desempenhado por uma central de comutação.
O termo "passivo" refere-se à utilização de divisores ópticos que não precisam de energia adicional para funcionar.
Da central, um grosso tronco principal de cabos se espalha em ramos cada vez mais finos, até que uma única fibra chegue até as casas ou empresas.
As redes passivas convencionais usam o protocolo TDM (Time Division Multiplexing), um método de multiplexação no qual os sinais são transferidos de forma aparentemente simultânea, como sub-canais em um canal de comunicação. Mas, na realidade, eles estão fisicamente se revezando no canal.
Na prática, isso significa que uma conexão de 5 Gbps no escritório central pode se transformar em uma conexão de 30 Mbps na casa ou empresa do cliente. Pior do que isso é que a banda de subida, que transmite os dados do cliente para a internet, é apenas uma fração disso.

De árvores a anéis

Os pesquisadores do projeto Sardana estão propondo uma abordagem diferente e totalmente nova, permitindo não apenas conexões muito mais rápidas, mas também maiores capacidade e robustez.
Em vez de uma única grande árvore, eles estão propondo usar várias árvores menores ramificando até os usuários finais a partir de um anel principal.
O anel transmite os sinais bidirecionalmente a partir da central utilizando o protocolo WDM (Wave Division Multiplexing), uma tecnologia de multiplexação que permite o transporte simultâneo de diferentes sinais na mesma fibra óptica, utilizando diferentes comprimentos de onda de laser - lasers de várias cores.
Em nós remotos ao longo do anel, os sinais são separados em árvores de fibras únicas que irão até as residências e empresas, utilizando a tecnologia TDM.
A abordagem do anel bidirecional aumenta a robustez da rede, porque se o cabo for interrompido em qualquer ponto no anel WDM, o sinal continuará chegando até os usuários finais pelo outro lado. Ele também resulta em aumentos maciços na velocidade de conexão.
Embora ainda em fase experimental, se implantada comercialmente, a tecnologia marcaria um grande salto no desempenho das redes totalmente ópticas, solucionando um dos maiores desafios atualmente enfrentados pelos prestadores de serviços e pelos consumidores: maior velocidade e segurança na manutenção dos sinais.

Fonte: Inovação Tecnológica.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Casas de baixo custo resistentes a terremotos

O sistema de alvenaria integral usa um conjunto entrelaçado de suportes feitos com barras de aço de construção - ou vergalhões -, as mesmas usadas para a construção de lajes e concreto armado.

Sistema de alvenaria integral

Engenheiros da Universidade Politécnica de Madri, na Espanha, projetaram e construíram várias casas de baixo custo resistentes a terremotos.
Embora países ricos, como o Japão, detenham grande tecnologia para a construção de edifícios resistentes a abalos sísmicos, o Haiti não se recuperará tão cedo do terremoto que devastou o país em 2010.
Foi pensando em criar uma alternativa de baixo custo, acessível para regiões mais pobres, que Belén Horta e seus colegas desenvolveram um novo sistema de construção, que eles batizaram de IMS (Integral Masonry System: sistema de alvenaria integral).

Antiterremoto de baixo custo

Os resultados dos testes práticos, com construções reais, feitas com vários tipos de materiais, provaram que uma casa construída com este sistema estável suporta terremotos fortes, que submetam a construção a acelerações de até 1,8 g.
Além disso, passado o tremor, basta que as eventuais trincas sejam consertadas para que a construção retorne ao seu nível original de resistência.
E isso foi obtido usando apenas materiais de construção disponíveis em áreas muito pobres, como adobe, tijolos furados, blocos de concreto e aço de construção.

Um dos protótipos de casa resistentes a terremotos - a maior a ser testada foi construída com 72 metros quadrados.

Suportes entrelaçados

O sistema de alvenaria integral usa um conjunto entrelaçado de suportes feitos com barras de aço de construção - ou vergalhões -, as mesmas usadas para a construção de lajes e concreto armado.
Esses suportes são dispostos de forma a terem interseções em três direções, criando uma malha muito resistente aos sacolejos aleatórios de um terremoto.
Vem então o mais interessante.
O interior dos suportes de aço pode ser preenchido com o material de construção que estiver disponível, o que inclui de tijolos comuns a barro usado para fazer adobe, e até rejeitos.
Por cima, uma única laje comum é suficiente para dar rigidez à construção.

Recuperável

O que torna o sistema de alvenaria integral ainda mais interessante para áreas pobres é que ele dispensa o concreto, podendo ser feito inteiramente com materiais locais - apenas o aço de construção precisaria ser trazido de fora.
"Além disso, esse sistema de construção alternativo possibilita reconstruir as casas afetadas por um terremoto com a mesma segurança necessária para enfrentar outra catástrofe futura," dizem os pesquisadores.

>> Papel de parede protege casas contra terremotos

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pneus feitos com borracha natural de plantas alternativas

Os protótipos de biopneus foram fabricados usando o látex de cada uma das plantas separadamente, para avaliação de desempenho e desgaste.


Biopneus

Engenheiros europeus apresentaram os primeiros protótipos de pneus feitos inteiramente com borracha natural a partir de plantas consideradas alternativas.
Os biopneus foram fabricados com o látex das plantas guaiúle (Parthenium argentatum) e dente-de-leão da Rússia (Taraxacum kok-saghyz), um parente do dente-de-leão encontrado no Brasil (Taraxacum officinale).
A inovação é fruto de um esforço conjunto entre cientistas de várias instituições de oito países, reunidos pela União Europeia em torno do projeto EU-PEARLS.
Os protótipos estão sendo produzidos pela fabricante de pneus alemã Apollo Vredestein.

Mercado de borracha

Um dos objetivos do projeto é reduzir a dependência da Europa em relação ao látex importado da Ásia.
Além dos pneus, o material é indispensável para um sem-número de setores, e essencial para a fabricação de ítens como luvas cirúrgicas e camisinhas.
Todo o látex usado na Europa vem da seringueira (Hevea brasiliensis), cujos maiores produtores mundiais são Malásia, Indonésia e Tailândia.
Assim, o principal resultado do projeto foi identificar espécies produtoras de látex que se adequassem ao cultivo no clima europeu: o guaiúle deu-se bem na região do Mediterrâneo, enquanto o dente-de-leão da Rússia é mais adequado para as regiões mais frias.
O guaiúle já está sendo cultivado comercialmente na Espanha, mas o látex do dente-de-leão da Rússia mostrou-se de mais fácil extração.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Banho com ar aquecido economiza até 30% de energia

Experimento com box fechado para avaliação dos ganhos com o banho com ar aquecido.

Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) desenvolveram uma técnica que não apenas reduz o consumo de energia elétrica do chuveiro, como também aumenta o conforto do banho.
O método tem como fundamento aquecer não apenas a água do banho, mas também o ambiente do banheiro.

Banho com ar aquecido

Enquanto hoje somente a água do banho é aquecida, o método proposto pelos pesquisadores mineiros aquece também o ar em torno da pessoa.
Com o aquecimento do ar ambiente, a temperatura da água requerida para um banho confortável é menor, exigindo menor potência do chuveiro e, portanto, consumindo menos energia elétrica.
Segundo os pesquisadores, o aquecimento do ar ambiente requer menos energia do que a energia economizada pelo chuveiro, gerando um balanço energético final positivo, com um ganho superior a 30%.
A tecnologia pressupõe o fechamento total do box do banheiro, para que o ar quente não escape do seu interior.

Etapas do banho econômico

Com a nova tecnologia, um banho confortável teria três etapas.
Na etapa pré-banho, o usuário entra no box, fecha a porta e liga o sistema de aquecimento de ar, ajustando-o para uma temperatura à sua escolha - isso leva em torno de 1 minuto.
Na etapa do banho propriamente dito, após o ar ambiente já ter atingido a temperatura escolhida, o usuário abre a água e ajusta sua temperatura.
Finalmente, na etapa pós-banho, o box continuará aquecido pelo sistema de aquecimento de ar, eliminando aquela fase em que o usuário sente o impacto do rápido abaixamento de temperatura que ocorre quando o chuveiro é desligado. Nesse caso, ele ficará aquecido até se enxugar e poder se vestir.
"Em uma residência pequena com quatro moradores, o chuveiro elétrico pode responder por até 45% do consumo de energia elétrica durante os meses mais frios e por cerca de 30% no período mais quente do ano, quando a potência do chuveiro pode ser reduzida," explica o professor Marco Aurélio da Cunha Alves, idealizador do projeto.
"Em outras palavras, a economia de energia elétrica nos banhos, além de possuir variados benefícios para o meio ambiente, traz também economia financeira significativa ao consumidor, visto que pode reduzir bastante o valor da conta de luz no final do mês," completa ele.
O ganho é suficiente para alimentar a geladeira da casa durante o mês inteiro.


Fazendo as contas

O professor Marco Aurélio mostra seus resultados em números muito precisos.
Ele lembra que a pesquisa Procel, feita pela Eletrobras, indica que o tempo médio do banho de um brasileiro é de 10 minutos.
Os modelos mais populares de chuveiro elétrico usados no país têm potência mínima de 3.000 Watts, na posição "verão", e máxima de 4.500 W, na posição "inverno".
Considerando os 10 minutos de banho, isso significa um consumo de 0,50 kWh nos dias mais quentes e 0,75 kWh nos dias mais frios. A proposta do pesquisador é aquecer o ar para evitar que o usuário use a potência máxima do chuveiro.
"Supondo um box com as dimensões de 1,10 x 1,10 x 2,10 metros, para aquecer o ar contido no interior desse box, de 15ºC até 32ºC, será gasta a energia de 0,015 kWh," calcula ele.
"A economia de energia obtida com o banho com aquecimento do ar com relação ao banho convencional é: (0,75 - 0,515) kWh = 0,235 kWh. Em termos percentuais a economia é: (0,75 : 0,235 x 100)% = 31%," conclui Marco Aurélio.
A Universidade já depositou o pedido de patente da tecnologia, e agora o pesquisador está conversando com parceiros da indústria para viabilizar sua colocação no mercado.

Fonte: Inovação Tecnológica.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Engenheiros querem esculpir motores e geradores elétricos

Dificilmente o jeitão de carcaça metálica com aletas dos motores elétricos irá mudar: os cientistas estão mais atentos ao seu interior.

Esculpindo motores

O professor Dionysios Aliprantis, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, está tentando se tornar uma espécie de Michelangelo dos motores elétricos.
Assim como um escultor usa martelo e cinzel para retirar cuidadosamente fatias da pedra até dar-lhe um formato, o pesquisador pretende literalmente arrancar pedaços dos motores elétricos para torná-los mais eficientes.
Os motores elétricos mudaram muito pouco. Desde que foram inventados, eles mantêm seu jeitão de carcaça redonda de metal fundido com algumas aletas para dissipar o calor.
Mas isso não quer dizer que eles não possam melhorar.

Escultura virtual

Aliprantis e seu colega Yanni Li querem sobretudo tirar vantagem do fato de que a maioria dos motores e geradores elétricos opera em apenas uma direção - na maioria das aplicações não há necessidade real para que eles girem em sentido inverso.
Os motores, contudo, têm sido projetados para oferecer o mesmo desempenho para os dois sentidos de rotação.
Por isso eles apostam que os motores elétricos podem ser melhorados otimizando seu desempenho em uma direção preferencial de rotação.
Para testar sua hipótese, eles escreveram um programa de modelagem computacional que muda gradativamente a concepção dos motores - assim como um escultor vai lascando a pedra aos poucos - e calcula quando a forma da superfície está otimizada.

Dentes assimétricos

Os dentes que seguram as bobinas de cobre no interior de um motor elétrico, por exemplo, tipicamente têm uma forma simétrica, para manter o mesmo desempenho em qualquer direção.
Construindo dentes assimétricos, os engenheiros esperam que o motor possa ganhar um pouco de potência quando rodar no sentido preferencial.
"Estamos tentando desenvolver uma maneira sistemática de chegar à forma correta," disse Aliprantis. "Essa ideia é muito simples, mas os motores ainda estão sendo projetados usando técnicas que são essencialmente de cem anos atrás."
Como há motores elétricos por toda parte - em veículos, turbinas eólicas, usinas de energia e todos os tipos de máquinas - Aliprantis afirma que encontrar novas formas de melhorar o seu desempenho pode fazer uma diferença real no desenvolvimento de recursos energéticos sustentáveis.

Modelagem computacional

Os pesquisadores estão agora aprimorando seu programa de modelagem computacional, que permitirá aos engenheiros desbastar as superfícies dos diversos tipos de motores elétricos, criando novos desenhos e formas que possam aumentar o rendimento dos motores elétricos ou a eficiência dos geradores de energia.
"O objetivo é obter mais potência com o mesmo tamanho de motor," disse ele. "Ou, também pode ser obter a mesma potência com um motor menor."
Aliprantis é rápido em dizer que não está procurando aumentos dramáticos no desempenho de um motor.
"Eu estou procurando um pouco de aumento, talvez 5%, ou mesmo 1%. Mas multiplique esse número pelo número de veículos híbridos, por exemplo, e você pode obter economias na casa dos bilhões de dólares. O potencial aqui pode ser enorme," diz ele.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Energia solar chegará aos brasileiros em 2013

Correndo atrás do vento

Finalmente, a eletricidade gerada a partir da energia solar irá para a rede de distribuição e chegará aos consumidores brasileiros.
A interligação das chamadas "fazendas solares" ocorrerá a partir do início de 2013.
São 18 projetos de usinas solares aprovados para várias concessionárias de energia, totalizando 25 megawatts (MW) de potência instalada.
Para se ter uma ideia do atraso da energia solar no Brasil, a energia eólica já conta com 1.479 MW instalados.
Em uma única liberação de recursos para energia eólica, feita pelo BNDES há poucos dias, está prevista a instalação de 150 MW adicionais, seis vezes mais do que todo o "arranque" inicial dado à energia solar.

O futuro chegou

Apesar disso, o momento é de entusiasmo.
"Este é um marco para a energia fotovoltaica no Brasil porque é o momento de introdução dessa tecnologia no País. Sempre falávamos no futuro e agora o futuro chegou," diz professor Ennio Peres da Silva, da Unicamp.
A capacidade instalada de energia solar no Brasil é de 6 MW, provenientes de unidades criadas no Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios, para atender comunidades isoladas. Essa capacidade agora será ampliada mais de quatro vezes.
Os pesquisadores da Unicamp estão trabalhando em associação com a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), para a instalação de uma unidade híbrida, que irá explorar energia eólica e solar, interligando ambas à rede de distribuição.
Serão dois aerogeradores com 5 kW de potência, instalados na Usina de Tanquinho, em Campinas. Tanquinho também terá painéis solares para a geração 1 MW, enquanto a Unicamp receberá quatro conjuntos de painéis solares de diferentes tecnologias, de 15 quilowatts (kW) cada um.
Serão testados painéis solares e aerogeradores nacionais e importados.

Aprimoramento tecnológico

A Unicamp já atuava como parceira da CPFL no desenvolvimento de tecnologias de geração solar/eólica, em um projeto de 20 kW.
Com a instalação das novas usinas, os pesquisadores da Unicamp vão iniciar estudos de medições, simulações e também de aprimoramento das tecnologias já desenvolvidas para a conexão à rede elétrica da energia fotovoltaica gerada.
"A melhoria do controle dos conversores eletrônicos de potência é uma delas," diz Ruppert Filho, orientador da pesquisa que resultou no primeiro conversor trifásico para a conexão de painéis solares à rede elétrica.
A equipe da Unicamp também já desenvolveu um microinversor, interligação à rede das futuras "usinas solares domésticas".
Segundo o professor Ennio, a integração da energia fotovoltaica com a eólica na rede é uma novidade. "Precisamos estudar como compatibilizar essas energias, aliando-as aos dados do clima, para evitar perdas. Há uma série de condições que precisam ser atendidas".
>> Unicamp cria conversor para ligar painéis solares à rede elétrica
>> Ceará terá sistema híbrido de energia solar-eólica

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Indústria automobilística contra-ataca com motores pequenos


O 1.0 de três cilindros da Ford tem a mesma potência que o 1.6 que ele substitui.

A indústria automotiva parece decidida a colocar no mercado as mais significativas inovações em termos de motorização desde o advento da injeção eletrônica.
Preocupadas com o peso dos quesitos ambientais adicionados às avaliações dos seus carros, feitas por sites e revistas especializadas, as grandes empresas esperam parar de perder pontos, e clientes, pela fama de carros beberrões e politicamente incorretos.

Motor de três cilindros

O novo Focus, da Ford, por exemplo, é equipado com um motor menor, mais econômico e que, no entanto, tem a mesma potência que o motor que ele substitui.
Com três cilindros minúsculos, é uma mudança histórica em relação aos motores de quatro cilindros, mas com ganhos em termos de economia de gasolina e menor emissão de dióxido de carbono (CO2).
É um motor 1.0 substituindo um motor 1.6.
Ainda assim, ele tem a mesma potência do motor anterior, que ele substitui, mesmo sendo 30% mais leve.
"E nós conseguimos obter uma melhora de 15 a 20% na economia de combustível," garante Tim Winstanley, da Ford.


O revolucionário TwinAir 500, da Fiat, promete fazer 30 km/l de combustível.

Evolucionário e revolucionário

Mas, se o pequeno motor da Ford dá à empresa um pouco de vantagem sobre seus rivais no momento, a montadora não é a primeira a seguir este caminho.
"Nós observamos o downsizing dos motores em toda a indústria", disse Kaushik Madhavan, diretor de pesquisa da consultoria Frost & Sullivan, "embora as montadoras estejam tomando rotas diferentes para chegar lá."
A Fiat, por exemplo, usa um motor turbo de dois cilindros em seu TwinAir 500, fiel ao Cinquecento original, de 1957.
O motor tem alta eficiência em termos de consumo de combustível graças a uma gestão cuidadosa da quantidade de ar que entra no motor, o que ajuda a melhorar a combustão.
Tudo é feito com a utilização de controles eletro-hidráulicos das válvulas de entrada, no lugar do tradicional comando de válvulas por eixo.
"O motor da Ford é evolucionário," opina Madhavan. "Mas o da Fiat é revolucionário."
O design retrô da Fiat promete fazer 30 km/l de combustível, com uma emissão de CO2 de apenas 95 g/km.




O 1.4 TSI da VW oferece melhor potência e melhor característica de torque do que um motor de 2.3 litros aspirado.

Enxugamento agressivo

Desenvolvimentos similares estão ocorrendo em toda a indústria automobilística, o que inclui fabricantes como a maior empresa de carros de luxo do mundo, a BMW, que está se preparando para introduzir os frugais motores de três cilindros em seus carros.
"Consequentemente, os motores a gasolina vão passar por enxugamentos muito mais agressivos do que os motores a diesel," diz Madhavan.
Na Europa é permitido o uso de motores a diesel em automóveis, e esses vinham roubando lugar dos motores a gasolina há vários anos, graças a novas tecnologias que permitem que elas poluam menos do que seus equivalentes a gasolina.
Mas isso parece destinado a mudar.
A empresa de consultoria de Madhavan prevê que, até 2018:
- mais da metade dos carros movidos a gasolina vendidos na Europa terão motores menores que 1.2 litro, em comparação com um quarto em 2010;
- carros com motores a gasolina pequenos, menores do que 1 litro, vão alcançar parcelas de mercado de 5% a 16%;
- apenas 5% dos veículos a gasolina terão motores de 2 litros, contra 10% em 2010.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Comboio de veículos sem motorista roda 200 km na Espanha

O primeiro caminhão era dirigido por um motorista, enquanto o segundo caminhão e os três automóveis vinham atrás, seguindo o líder de forma automática, sem motorista.

Frota inteligente

Enquanto o Google começa a rodar com seu carro sem motorista nos EUA, na Espanha um comboio inteiro acaba de fazer com sucesso sua primeira jornada.
A empresa Volvo colocou nada menos do que dois caminhões e três carros rodando juntos, testando um sistema de comunicação veículo a veículo que permite que o comboio atue de forma autônoma e coordenada.
O primeiro caminhão era dirigido por um motorista, enquanto o segundo caminhão e os três automóveis vinham atrás, seguindo o líder de forma automática, sem motorista.
Isto representa um passo adiante em relação ao conceito de carro sem motorista, uma vez que, além de andar por contra própria, os veículos precisam se comunicar uns com os outros para que o movimento seja coordenado.

Siga o líder

O comboio percorreu 200 quilômetros de estradas normais na Espanha, como parte do projeto Sartre (Safe Road Trains for the Environment).
Fruto de um consórcio de empresas e universidades, com financiamento da União Europeia, o projeto pretende colocar carros sem motorista nas estradas em dez anos, na tentativa de evitar os acidentes automobilísticos.
Este é o primeiro teste da técnica "siga o líder" em estradas - a estrada estava com trânsito normal, não tendo sido fechada para o teste.
"Nós percorremos 200 quilômetros em um dia e o teste ocorreu sem qualquer incidente. Estamos realmente entusiasmados," disse Linda Wahlstrom, que coordenou o experimento.

Comunicação veículo a veículo

O sistema de navegação e comunicação veículo-a-veículo inclui câmeras, radares, sensores a laser e comunicação por rádio.
Os veículos no comboio usam o sistema para "imitar" o comportamento do veículo-líder através de um controle autônomo, acelerando, brecando e virando exatamente da mesma forma que o líder.
O comboio rodou a 85 km/h, mantendo uma distância de seis metros uns dos outros. Em pistas fechadas, o sistema já foi testado com sucesso com intervalos entre os carros de cinco a 15 metros.

>> Alemanha começa testar carros inteligentes

Casas inteligentes: tecnologia já está disponível

A maior parte das tecnologias para as casas inteligentes já está disponível no comércio. O que falta é um controle central.

Agentes inteligentes

Os edifícios inteligentes já têm o seu lugar na agenda da arquitetura e da construção civil.
Mas, e as casas, quando elas também começarão a ficar inteligentes?
Não há mais o que esperar, garante a engenheira Diane Cook, da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos.
Em um levantamento realizado para a revista Science, Diane fez um inventário de todas as tecnologias já desenvolvidas e que podem ser utilizadas para dar um pouco mais de inteligência às casas.
Segundo ela, não falta muito para que nossas casas façam o papel de "agentes inteligentes", dotados de sensores e programas de computador para antecipar nossas necessidades e fazer automaticamente tarefas que podem melhorar nossa saúde, facilitar nossa interação social e, sobretudo, ajudar a economizar.

Casa que pensa

Muitas casas já possuem a maior parte do aparato mais complicado necessário para essas tecnologias: os sensores, que já vêm embutidos em fornos de microondas, aparelhos de TV e timers para ligar e desligar aparelhos eletrodomésticos.
O que falta é interligar tudo.
"Nós queremos que sua casa como um todo 'pense' sobre o que você quer, e use esses componentes para fazer a coisa certa no tempo adequado," disse ela.
Essa é exatamente a especialidade da engenheira, que vem aplicando inteligência artificial em sistemas de automação residencial.
Seu laboratório atual é um conjunto de 18 apartamentos na cidade de Seattle, onde ela está testando um sistema de monitoramento de idosos que dispensa a presença física do acompanhante.
Os sensores espalhados pela casa alertam o cuidador, pela internet ou pelo celular, caso o morador tenha deixado de lado qualquer tarefa programada.
Isso inclui hora de acordar e dormir, horário das refeições, dos medicamentos e até se o vovô está deixando o banho para o outro dia.
Com a tendência mundial de envelhecimento da população, o cuidado aos idosos é visto como um dos mercados mais promissores para novas tecnologias.

Pesquisadores brasileiros criaram o protótipo de uma casa do futuro que une sustentabilidade e eficiência energética.

Skype em todo lugar

Outras tecnologias já em testes incluem o agendamento de equipamentos como máquinas de lavar roupa e louça, secadoras, a manutenção da temperatura da água nos reservatórios e o alerta caso algum aparelho seja ligado ou desligado.
No lado da interação, a ideia é usar tecnologias como o Bluetooth e o WiFi para permitir a comunicação remota, sem precisar usar as mãos, de qualquer lugar da casa.
Será a era do "Skype em qualquer lugar," diz Diane, o que, segundo ela, inclui câmeras espalhadas por todo lado.
Assim será mais fácil monitorar os idosos e as crianças.

Privacidade e segurança

Mas a pesquisadora também pondera sobre as questões de privacidade e segurança, como o risco de ter imagens, voz ou dados bisbilhotados por observadores indiscretos.
"As tecnologias das casas inteligentes, assim como muitas outras, estão enfrentando o desafio clássico de serem aceitas e adotadas," diz ela.
Em suas pesquisas, os dados mostram que a maior resistência vem dos moradores mais idosos. Eventualmente porque ninguém gosta que outros fiquem vigiando a hora que você toma banho - ou não toma.
"Em última instância", diz ela, "quando as pessoas tiverem uma compreensão melhor do que essas tecnologias fazem, e verem uma utilidade que contrabalance a sua intromissão, a adoção irá começar. Eu acredito que algumas tecnologias vão ganhar impulso tão logo começarem a ser usadas."

Fonte: Inovação Tecnológica.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Peixe-robô chama a atenção para a poluição das águas

Projetado para monitoramento da qualidade das águas, o robô se diferencia dos inúmeros outros projetos de peixes-robôs por um sistema de propulsão oscilante.

Movimento oscilante

Pesquisadores lançaram às águas um peixe-robô amarelo que realmente é capaz de chamar a atenção.
Projetado para monitoramento da qualidade das águas, o robô se diferencia dos inúmeros outros projetos de peixes-robôs e dos robôs submarinos por um sistema de propulsão por braço oscilante.
Embora tente imitar um peixe, os animais têm um sistema de locomoção bem mais complexo, que inclui a oscilação de todo o corpo, coordenada com o movimento das barbatanas.
A propulsão do novo robô está para o nadar de um peixe assim como o voo de um pássaro está para o voo de um avião.
Contudo, simulações em computador têm mostrado que projetos mais avançados de peixes-robôs podem ser altamente eficientes, levando alguns cientistas a falarem em substituir as hélices na propulsão de navios.

Projetos alternativos

Luke Speller, um dos criadores do peixe-robô amarelo, afirmou que um dos objetivos dos testes, que está sendo realizado no norte da Espanha, é refinar o projeto, com vistas a comercializá-lo para o monitoramento ambiental.
Já existem robôs monitorando todos os oceanos da Terra desde 2008, mas todos usam sistemas mais simples e mais eficientes de locomoção, sobretudo porque um monitoramento mais eficiente exige que o robô mergulhe continuamente, para coletar dados a várias profundidades.
Mas parece haver espaço para projetos diferenciados: há poucos dias, robôs movidos por ondas bateram o recorde mundial de distância para robôs autônomos flutuantes.
E seu objetivo também é o monitoramento ambiental.

Embora não tenha um sistema de propulsão eficiente, o peixe-robô pode encontrar seus próprios nichos de aplicação.

Cada um na sua

O robô-peixe amarelo pode até perder em eficiência na conversão de energia - a carga de suas baterias não dura mais do que oito horas - mas tem grande apelo de mídia.
Assim, ele pode encontrar seu nicho de aplicação na divulgação da robótica, em atrações turísticas, ou em "iniciativas ambientais" onde o marketing seja mais importante do que o meio ambiente em si, como ocorre nos "projetos de sustentabilidade" de várias empresas.
Por detrás das cortinas, ou sob as águas, o trabalho sério poderia ser feito por enxames de robôs flutuantes, capazes de coletar dados continuamente em águas rasas ou até mesmo na correnteza de rios.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Brasileiros constroem barco não tripulado para monitorar meio ambiente

O trimarã possui 1,80 metro de comprimento por 1,60 metro de largura, e é impulsionado por ventos ou pela energia solar, gerada por painéis solares e por um sistema de energia regenerativa.

Barco com KERS

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, apresentaram o primeiro protótipo de seu novo barco robotizado, uma embarcação não tripulada voltada para o monitoramento ambiental.
A embarcação foi projetada para realizar observações de peixes, da qualidade da água, bem como outros tipos de observações em águas fluviais - rios, lagos e represas.
Seu grande diferencial é a autonomia, com menor exigência de reabastecimentos devido ao uso de um sistema combinado de propulsão que inclui velas, motor elétrico e energia solar.
Quando o veículo é impulsionado pelas velas, entra em ação um sistema regenerativo de energia: a energia do deslocamento é aproveitada para gerar eletricidade, que é acumulada em uma bateria.
Quando necessário, a energia da bateria é usada nos motores. "O funcionamento pode prosseguir por até 48 horas, caso não haja luz solar ou ventos."

Trimarã

A embarcação possui 1,80 metro de comprimento por 1,60 metro de largura. Construída em isopor de alta densidade, ela pesa 25 quilos.
"A construção utilizou um material que não cause danos a outras embarcações," explica o professor José Roberto Monteiro, coordenador do projeto.
O barco possui uma estrutura com três cascos, denominada trimarã, com um casco principal e dois laterais. "Essa distribuição permite maior estabilidade lateral, favorecendo a colocação de velas para impulsionar a embarcação", conta o professor.
O veículo pode ser dirigido por controle remoto, e a navegação é feita por meio de coordenadas de GPS. "Os indicadores de posicionamento servem para ajustar os ângulos da vela e do leme, conduzindo o barco ao local desejado", acrescenta o pesquisador.
A embarcação é projetada para água doce, mas a utilização no mar poderá ser viabilizada com a construção de uma versão de maior porte.

Barco elétrico

Além das velas, a embarcação possui motores elétricos alimentados pela energia de baterias - estas por sua vez recarregadas continuamente por um painel solar e pelo sistema de energia regenerativa. "Desse modo, não há necessidade de paradas para reabastecimento, aumentando sua autonomia," aponta Monteiro.
As principais aplicações do protótipo estão na área ambiental, como a observação do comportamento de peixes por meio câmeras submersíveis. "A presença de um mergulhador poderia espantar os peixes, enquanto o veículo pode permanecer todo o tempo no local, realizando filmagens."
A aplicação do veículo na observação de peixes tem tanto objetivos econômicos, na produção para alimentação humana, como ecológicos, como no estudo de hábitos de espécies ameaçadas, com vistas à sua preservação.
Outra utilização prevista para o barco é o monitoramento da qualidade da água em grandes represas.
O protótipo está em fase final de construção e deverá ser testado em uma represa no interior de São Paulo ainda neste ano.

Fonte: Inovação Tecnológica

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Primeiro carro sem motorista é licenciado nos EUA

O veículo licenciado nos EUA é um Toyota Prius, cujo sistema de navegação autônoma está sendo desenvolvido desde 2005 pelo Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de Stanford.

Carro do futuro

A Europa quer carros sem motorista nas estradas em dez anos, mas foram os Estados Unidos que saíram na frente.
O estado de Nevada acaba de dar autorização para a circulação do Google Driverless Car - carro sem motorista da empresa Google.
Na verdade, mais de mil carros inteligentes já estão sendo testados na Europa, mas em condições de avaliação, sem uma licença definitiva.
No Brasil várias equipes trabalham com sistemas autônomos de navegação para veículos.
Para orientar a navegação do carro, o veículo traz câmeras no teto, radares e um laser que o ajuda a "ver" pedestres, ciclistas e os demais carros na estrada.
É reconhecido internacionalmente que a maioria dos acidentes de automóveis ocorre por falha humana.
Assim, o que se espera é que carros inteligentes possam assumir a direção para evitar acidentes.

Supervisores da automação

O veículo licenciado nos EUA é um Toyota Prius, cujo sistema de navegação autônoma está sendo desenvolvido desde 2005 pelo Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de Stanford.
Segundo o engenheiro Sebastin Thrun, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, o carro já percorreu 255 mil quilômetros em testes, durante os quais foi registrado um único incidente, com uma batida sem gravidade.
A licença para a condução automática do veículo foi concedida à empresa e ao seu projeto. Mas o governo estadual já afirmou que pretende, no futuro, conceder licenças a pessoas físicas, que poderão ter seus próprios carros com condução automática.
Contudo, uma legislação que trata do assunto, e que entrou em vigor em março deste ano, afirma que um carro sem motorista precisa ser supervisionado por duas pessoas - um motorista, para casos de emergência e um técnico capacitado para "fiscalizar" o computador de bordo.

>>>> Google testa carro sem motorista

Fonte: Inovação Tecnológica.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Casa do futuro une sustentabilidade e eficiência energética

A casa sustentável e energeticamente autônoma combina elementos de alta tecnologia com soluções tradicionais de arquitetura e engenharia.

Casa sustentável

Pesquisadores de diversas universidades brasileiras criaram o protótipo de uma casa do futuro, batizada de Ekó House, que está sendo montada na USP.
Trata-se de uma casa eficiente, sustentável e inovadora, que funciona exclusivamente com energia solar, tanto térmica quanto fotovoltaica.
"A casa tem aproximadamente 47 metros quadrados. Ela conta com cozinha, sala de jantar, sala de estar, banheiro e quarto. O ambiente é projetado para dar flexibilidade de uso.
"Com persianas e móveis o ambiente é alterado, aumentando a área social ou a área íntima," explicou Bruna Mayer de Souza, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e uma das integrantes da iniciativa.

Residências Energia Zero

O projeto da Ekó House está em desenvolvimento desde o final de 2010.
O protótipo combina elementos de alta tecnologia com soluções tradicionais de arquitetura e engenharia.
No aspecto de pesquisa, diversos itens do projeto e da construção da Ekó House embasam pelo menos uma dezena de trabalhos acadêmicos que resultarão em teses, dissertações e artigos científicos.
Além disso, o desenvolvimento do protótipo está inserido em um convênio entre USP e Eletrobrás, que tem como objetivo principal o lançamento das bases de uma indústria nacional de Residências Energia Zero (REZ) com tecnologia brasileira e adequação às nossas diversas regiões bioclimáticas.
"O projeto busca desenvolver pesquisa sobre Residências de Energia Zero (REZ) para o nosso clima e sociedade. Buscamos tecnologias que levem a um menor impacto ambiental das residências brasileiras," explica a pesquisadora.

A casa eficiente funciona exclusivamente com energia solar, tanto térmica quanto fotovoltaica.

Solar Decathlon

O projeto é a proposta brasileira que está concorrendo ao Solar Decathlon Europe 2012, uma competição internacional onde 20 equipes, representando universidades de todo o mundo, projetam, constroem e colocam em funcionamento uma casa sustentável e com eficiência energética.
O Solar Decathlon é dividido em dez categorias, que avaliam as inovações da casa, como sua capacidade de geração e eficiência energética, conforto, qualidade espacial e construtiva, entre outras.
As casas são construídas e testadas localmente e transportadas para o local da competição em Madrid, na Espanha, onde devem ser montadas em dez dias. Lá permanecem em exposição lado a lado por 17 dias, quando estão abertas à visitação do público e são realizadas as provas.
"A casa será levada para Madrid parcialmente desmontada, em contêineres. A estrutura é feita de peças de cumaru e placas de OSB (oriented stranded board) que formam painéis. Esses painéis são preenchidos com lã de vidro para isolamento térmico.
"Como revestimento, são usadas placas cimentícias e, entre os painéis e as placas, também é utilizado aerogel, um material fibroso de alta eficiência no isolamento térmico. Os painéis já irão prontos para Madri, com todas as suas camadas instaladas, inclusive com canos e fios, para lá serem apenas encaixados", explica Bruna.

Fonte: Inovação Tecnológica.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Exército brasileiro prepara sistema de prevenção contra ataques cibernéticos

Blindagem vulnerável

O Exército brasileiro anunciou a compra de novos softwares para segurança e prevenção contra ataques cibernéticos.
As medidas fazem parte de um planejamento mais abrangente do governo brasileiro para criar um sistema de defesa e contra-ataque de possíveis ameaças a páginas e redes institucionais e de proteção a dados sensíveis.
"Hoje temos um preparo mínimo para cenários de ataque. Temos uma grande rede, a EBnet, que reúne os quartéis em todo o país, e ela está bem blindada, mas há pontos de vulnerabilidade,", disse o general Antonino Santos Guerra, diretor do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (Ccomgex).
Em janeiro, as Forças Armadas concluíram duas licitações para a compra de um antivírus e de um programa que simula ataques cibernéticos, no valor total de cerca de R$ 6 milhões.
Os dois programas serão desenvolvidos por empresas brasileiras.

Anonymous

Na última sexta-feira, o grupo de hackers Anonymous Brasil atacou o site do Banco Central e as páginas dos bancos BMG, Citibank e PanAmericano, que ficaram temporariamente instáveis.
O grupo também assumiu a autoria de ataques aos sites dos bancos Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e HSBC, que aconteceram durante a semana.
Também na última sexta-feira, o FBI anunciou que está investigando como ativistas ligados ao grupo Anonymous conseguiram interceptar uma conferência telefônica entre agentes americanos e a britânica Scotland Yard, em que discutiam ações legais contra os hackers.
Outros ataques em sites institucionais americanos e gregos foram registrados.

Defesa cibernética

"Os ataques que registramos até agora são parecidos com os que acontecem em qualquer empresa. Tentativas de roubos de senhas, negações de serviço etc. Mas o modo como se obtém uma senha de banco é o mesmo que se pode usar para obter dados confidenciais do Exército. E já tivemos sites do governo derrubados", afirma Guerra.
Segundo o general, o simulador de guerra cibernética treinará os oficiais em pelo menos 25 cenários de diversos tipos de ataque contra redes semelhantes às do Exército.
A Ccomgex, que coordena a compra do antivírus e do simulador de ataques cibernéticos faz parte do Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber), criado em 2010 para concentrar a administração de todas as ações de proteção virtual da organização.
O programa adquirido por R$ 5,1 milhões será desenvolvido pela empresa carioca Decatron e atualizado de acordo com as necessidades da organização, o que deve facilitar a manutenção do sistema de segurança, de acordo com o general.
O antivírus, no valor de R$ 800 mil, também está em fase de desenvolvimento e deverá ser entregue pela empresa BluePex, de Campinas (SP), dentro de 12 meses.

Tecnologia nacional

O diretor do Ccomgex diz que a preferência por empresas nacionais para o programa de proteção do Exército deve estimular a competição e o avanço das empresas de tecnologia e sistemas de segurança no Brasil.
Por isso, as empresas que venceram as licitações terão prazos maiores para realizar mudanças customizadas nos programas, de acordo com as necessidades das Forças Armadas.
O orçamento previsto para o CDCiber em 2012 é de R$ 83 milhões, que devem ser destinados a pelo menos outras quatro aquisições que incluem equipamentos, softwares e o treinamento de pelo menos 500 oficiais.
"Temos cursos externos para militares das três forças e também no mercado universitário, para pós-graduações. No futuro, queremos contratar pessoas que conhecem a área para trabalhar aqui, ou que possam dar consultoria", disse Guerra.

Roubos eletrônicos

O especialista em segurança cibernética Mikko Hypponen, da empresa finlandesa F-Secure, diz que o Brasil se distingue de outros países pela frequência de ataques cibernéticos relacionados ao roubo de dinheiro.
No entanto, o país já começa a registrar ataques a sites de instituições governamentais e empresas privadas de grupos de ativistas, como o Anonymous e o LulzSec, que tem "divisões" nacionais.
"Na maioria dos países, os ataques são feitos por pessoas de fora. O Brasil é diferente porque boa parte dos ataques alveja os bancos e a maioria deles é feita por pessoas do próprio país", disse Hypponnen.
Segundo o especialista, o Brasil é considerado o número 1 em criar "cavalos de Troia", espécies de programas maliciosos, para atacar bancos.
"Esses programas nem tentam romper os sistemas de segurança dos bancos, que são, em geral, muito bons no Brasil. Mas eles infectam os computadores pessoais dos clientes, para poder entrar em suas contas quando elas acessam os bancos online", explica.

País pacífico

Para o general Antonino Guerra, o Brasil ainda não precisa se preocupar com ataques realizados por outros países nem com a espionagem de seus cidadãos. "Somos um país pacífico, não é esse o tipo de problema que temos aqui", diz.
No entanto, Hypponnen acredita que o governo brasileiro precisará se preocupar também com a segurança de empresas privadas, caso queira prevenir possíveis crises.
"Boa parte da infraestrutura crítica do Brasil não é gerida pelo governo e sim por companhias privadas, como a telefonia e as usinas nucleares. Para garantir que o país conseguirá operar durante uma crise, é preciso garantir que essa infraestrutura continuará a funcionar. O governo tem que ter um papel mais ativo em ajudar as empresas a protegerem suas redes", afirma.
Em comunicado enviado à BBC Brasil, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) disse que "os ataques mais preocupantes são aqueles que visam acesso indevido a informações sigilosas da Administração Pública Federal" e afirmou que a preparação do órgão contra possíveis ataques tem sido "adequada".

Araques eletrônicos

De acordo com o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança (CERT), que reúne notificações de ataques eletrônicos em todo o país, o Brasil registrou quase 400 mil ataques a computadores em 2011.
Cerca de metade das fraudes registradas, segundo o CERT, foram páginas falsas, geralmente de bancos, criadas para roubar dinheiro dos usuários. A outra metade das notificações corresponde quase completamente aos cavalos de Troia, que dão acesso a contas bancárias quando elas são acessadas pela internet.
O centro, que recebe dados de empresas, universidades, provedores de Internet e Grupos de Segurança e Resposta a Incidentes (CSIRT), diz que as segundas-feiras são os dias com mais incidentes reportados e que mais de 80% dos ataques tem origem no Brasil.
Segundo dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as fraudes bancárias realizadas pela internet e computadores dos clientes custaram R$ 685 milhões aos bancos só no primeiro semestre de 2011, 36% a mais do que no mesmo período em 2010.

Fonte: Inovação Tecnológica.

Europa faz exercício de guerra cibernética

Guerra com cavalos, vírus e vermes

Pesquisadores europeus deram detalhes de um exercício de guerra realizado no último mês de Março na Estônia.
A operação Locked Shields (escudos fechados, em tradução livre) não envolveu explosões, tanques, aviões ou armas.
O que se fez foi tentar prever as consequências de um novo tipo de conflito, uma guerra cibernética.
Na operação, uma equipe de especialistas atacou outras nove equipes, espalhadas por toda a Europa.
A equipe de ataque usou várias técnicas, incluindo vírus e vermes no estilo "cavalo de Troia", para tentar extrair dados das equipes inimigas.
O tipo de ataque mais comum, geralmente associado ao termo guerra cibernética, é o DDoS (distribuição de negação de serviço, na sigla em inglês), em que servidores recebem um número de acesso grande demais para sua capacidade, fazendo-os sair do ar.
Mas os ataques DDoS são relativamente primitivos quando comparados com as últimas armas digitais.
Por isso os especialistas europeus decidiram ver como se saem em casos de ataques feitos por "inimigos" bem treinados.

Guerra virtual com danos reais

Já há algum tempo que se considera que a guerra cibernética deixou de ser ficção.
As coisas ficaram mais preocupantes depois que o vírus Stuxnet atacou uma central nuclear do Irã, mostrando que as ameaças virtuais podem causar danos reais.
Ano passado, a empresa Symantec detectou uma segunda versão do Stuxnet, chamado Duqu, que estaria pronto para ataques fábricas.
Embora ninguém tenha assumido a autoria do vírus e do ataque, o dedo da suspeição caiu sobre os governos dos Estados Unidos e de Israel. O jornal New York Times publicou uma reportagem que mostrava alusões ao Velho Testamento no código do vírus.
Assim, cresceu o temor de que a Guerra da Web, se e quando acontecer, possa gerar danos físicos, prejudicando a infraestrutura e até causando mortes.
"Eles podem causar blecautes, e não apenas cortando o fornecimento de energia, mas danificando de forma permanente geradores que levariam meses para serem substituídos. Eles podem fazer coisas como causar explosões em oleodutos ou gasodutos. Eles podem fazer com que aeronaves não decolem", afirmou Richard A. Clarke, especialista em segurança cibernética dos presidentes americanos Bill Clinton e George W. Bush, sem dizer especificamente a quem ele se refere por "eles".

Sistemas Scada

No centro do problema estão interfaces entre os mundos físico e digital conhecidas como sistemas Scada - Supervisory Control and Data Acquisition, Controle de Supervisão e Aquisição de Dados.
Estes controladores computadorizados assumiram uma série de tarefas que antes eram feitas manualmente. Eles fazem de tudo, desde abrir as válvulas de oleodutos até monitorar semáforos.
Em breve estes sistemas serão comuns nas residências, controlando coisas como o aquecimento central ou o fornecimento de energia.O detalhe é que estes sistemas usam o ciberespaço para se comunicar com os computadores de controle, receber suas tarefas e relatar problemas.
Caso hackers consigam entrar nestas redes, em tese eles conseguiriam também o controle da rede elétrica, do fornecimento de água, dos sistemas de distribuição para indústria ou supermercados e outros sistemas ligados à infraestrutura.
Em uma demonstração, realizada em 2007, o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos atacou e praticamente destruiu um grande gerador a diesel através de seus dispositivos Scada.
Uma das razões da maior vulnerabilidade dos sistemas Scada é que eles não são programados por especialistas em segurança, mas pelos próprios engenheiros envolvidos em sua fabricação.

O feitiço e o feiticeiro

Os especialistas já apontam para uma diferença da eventual guerra cibernética em relação às guerras "convencionais".
Se as armas cibernéticas se espalharem, os alvos serão, na maioria, ocidentais, e não "países exóticos e distantes", que têm pouca dependência da internet.
Isto significa que as velhas regras de defesa militar, que favoreciam países poderosos e tecnologicamente mais avançados como os Estados Unidos, podem não se aplicar mais.

Fonte: Inovação Tecnológica.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Brasil prepara adoção de redes elétricas inteligentes

Ainda há controvérsias sobre o impacto das redes inteligentes de eletricidade sobre as camadas mais pobres da população.

Desperdício de energia

Quinze de cada 100 quilowatts da energia elétrica produzida no Brasil se perdem entre a geração e o consumo.
De acordo com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a proporção é mais do que o dobro da registrada em outros países, que chega aos até 7%.
O desperdício sozinho fica acima da oferta interna de energia de origem térmica, com base em carvão, gás, petróleo e energia nuclear, que somam 14,4%, segundo o Balanço Energético Nacional.
A perda de energia levou o CGEE a fazer um amplo estudo sobre o uso de redes inteligentes (ou smart grids, como são mais conhecidas em inglês) para gerenciamento da geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.
A tecnologia pode informar em tempo real, por exemplo, a ocorrência de pane e a eventual suspensão do fornecimento.
"Quando cai a energia, qualquer que seja o motivo, você liga para a concessionária. Pelo smart grid, isso passa a ser automático, não precisa ligar", explica Ceres Cavalcanti, pesquisadora do CGEE.

Vantagens das redes inteligentes de energia

Além das concessionárias, o uso de redes inteligentes permite que os usuários façam o controle do consumo diretamente.
No futuro, quando houver tarifa diferenciada conforme o horário, os medidores domésticos informarão quanto está sendo gasto a cada momento e o valor das tarifas cobradas.
De um lado, afirma-se que isto dará a possibilidade de o consumidor utilizar os eletrodomésticos em horário de tarifas mais baratas. De outro, porém, alguns especialistas afirmam que este é um benefício que só vale para o setor industrial, mas não para os consumidores domésticos, que não têm como controlar seus aparelhos ou mudar seus horários de uso.
Uma possibilidade menos controversa é tornar o consumidor credor do sistema.
Por exemplo, quem captar energia solar em casa, por exemplo, poderá ter desconto nas tarifas, pois a rede inteligente identifica a geração doméstica de energia.
"Hoje, a informação do sistema elétrico é direcional. Com o smart grid, passa a ser bidirecional. O consumidor passivo passa a ser ativo e vai ter vários tipos de serviços," diz Ceres.

Um item com presença obrigatório na pauta de discussões sobre o fornecimento de eletricidade no futuro são os carros elétricos.

Eletrodomésticos e carros elétricos

Para a pesquisadora do CGEE, a adoção das redes inteligentes vai gerar negócios para a indústria de componentes do sistema elétrico e também para a área de tecnologia da informação e comunicação.
"Vai gerar um mercado muito bom para a indústria. E isso tem vários desdobramentos no sentido de desenvolvimento de ciência e tecnologia. Tem uma série de linhas de pesquisa que podem vir a partir daí," destaca.
Uma das possibilidades ficou demonstrada recentemente por uma pesquisa realizada na Unicamp, que demonstrou que as geladeiras domésticas, um dos principais itens de consumo doméstico, poderiam ser gerenciadas, isto é, ligadas e desligadas em determinados horários, sem prejuízos de sua função principal.
Outro item com presença obrigatório na pauta de discussões sobre o fornecimento de eletricidade no futuro são os veículos elétricos.
Uma pesquisa na Alemanha mostrou que os carros elétricos, em vez de simplesmente representarem mais uma categoria de consumidor, podem na verdade viabilizar a adoção de fontes de energia limpa.
Outro estudo, este realizado nos Estados Unidos, mostrou que os carros elétricos usados em meio urbano, a exemplo do que já acontece com seus antecessores a gasolina, ficarão a maior parte do tempo estacionados.
Isso significa, segundo o Dr. Willett Kempton, que os carros elétricos poderão fornecer eletricidade para a rede de distribuição.
As possibilidades são tantas que muitos especialistas na área não hesitam em falar de uma "Internet da energia", capaz de descentralizar a geração e a transmissão de eletricidade.

A busca por fontes de energia limpa está levando os pesquisadores a sonharem com uma Sociedade do Lítio.

O outro lado da moeda

Os especialistas brasileiros já visitaram a Alemanha e a Inglaterra, onde estabeleceram parcerias com as entidades distribuidoras de energia desses países, já bastante adiantados em direção às redes inteligentes de distribuição de energia.
Talvez por isso, é justamente de lá que veem as primeiras preocupações com a adoção de novas tecnologias na área.
Embora os "gatos" apareçam sempre taxados como ações criminosas, o professor Steve Thomas, da Universidade de Greenwich, aponta que as novas tecnologias na área na verdade representam uma "ameaça à saúde e ao bem-estar das pessoas que vivem em áreas residenciais mais pobres e mais vulneráveis".
Ele aponta sobretudo para o "outro lado da moeda" dos medidores inteligentes, que estão sempre conectados com a concessionária.
O problema, segundo o pesquisador, é que a troca de dados é de mão dupla, o que permite, por exemplo, que a concessionária altere o preço da energia conforme a a demanda, o que pode nada ter a ver com o consumo diário de uma casa.
Segundo ele, os aventados benefícios dos medidores inteligentes - leituras mais precisas, estimativa dos gastos em energia do mês e monitoramento do próprio consumo - poderiam ser alcançados por meio mais simples e mais baratos.
Para ele, enquanto na indústria o conceito é bem-vindo, já que as empresas podem mudar o turno de operações se a energia encarecer em determinados horários, para as residências isso significará uma "destruição de consumo".
Isso, segundo Thomas, porque as famílias não podem mudar o horário do banho ou o aquecimento para o meio do dia, simplesmente para terem descontos, e, ao contrário da indústria, não possuem um funcionário monitorando continuamente o preço da energia para poderem tirar vantagens disso.

O setor de energia limpa já deixou de se restringir a aplicações em nichos específicos, para se transformar em uma indústria mundial na primeira década do século XXI.

Redes inteligentes no Brasil

O trabalho que está sendo produzido pelo CGEE, será a primeira etapa da proposta do grupo de especialistas e compõe uma das metas da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O Brasil já conta com alguns estudos relativos ao tema Smart Grid em andamento. Entre eles, o da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), em conjunto com a Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Apel), ambos coordenados pela Aneel.
Esta iniciativa propõe um plano nacional para a migração tecnológica do setor elétrico brasileiro, da atual posição, para a adoção plena do conceito de Rede Inteligente.
O estudo, que conta com a participação de mais de 63 concessionárias brasileiras, deve ser concluído no final do ano.
Algumas concessionárias públicas de energia, como a Cemig, a Light e a Eletrobras, também fazem pesquisas e projetos na área.
O projeto Smart City (Armação de Búzios - RJ) é uma iniciativa nacional das empresas Emdesa/Ampla, parecida com o projeto desenvolvido em Magália, região da Espanha.
A versão fluminense receberá R$ 30 milhões nos próximos dois anos para instalar iluminação pública abastecida por painéis solares e miniaerogeradores, medidores inteligentes e carros elétricos.
A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Energia) investirá R$ 215 milhões em três anos para implantar tecnologias que incluem sistemas de telemedição (que atingirão 25 mil clientes até 2013), maior mobilidade ao enviar informações para eletricistas por meio de palmtops e instalação de chaves e equipamentos que flexibilizem e agilizem os centros de operação do sistema, caso haja problemas nas redes (já são mais de 2.000 chaves instaladas e, até 2013, serão pelo menos 5.000 pontos telecomandados).
"A oportunidade no mercado de trabalho é imensa e as empresas de energia estão de olho nela. A demanda é grande e tende a aumentar," conclui Ceres.

Fonte: Inovação Tecnológica.