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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Indústria automobilística contra-ataca com motores pequenos


O 1.0 de três cilindros da Ford tem a mesma potência que o 1.6 que ele substitui.

A indústria automotiva parece decidida a colocar no mercado as mais significativas inovações em termos de motorização desde o advento da injeção eletrônica.
Preocupadas com o peso dos quesitos ambientais adicionados às avaliações dos seus carros, feitas por sites e revistas especializadas, as grandes empresas esperam parar de perder pontos, e clientes, pela fama de carros beberrões e politicamente incorretos.

Motor de três cilindros

O novo Focus, da Ford, por exemplo, é equipado com um motor menor, mais econômico e que, no entanto, tem a mesma potência que o motor que ele substitui.
Com três cilindros minúsculos, é uma mudança histórica em relação aos motores de quatro cilindros, mas com ganhos em termos de economia de gasolina e menor emissão de dióxido de carbono (CO2).
É um motor 1.0 substituindo um motor 1.6.
Ainda assim, ele tem a mesma potência do motor anterior, que ele substitui, mesmo sendo 30% mais leve.
"E nós conseguimos obter uma melhora de 15 a 20% na economia de combustível," garante Tim Winstanley, da Ford.


O revolucionário TwinAir 500, da Fiat, promete fazer 30 km/l de combustível.

Evolucionário e revolucionário

Mas, se o pequeno motor da Ford dá à empresa um pouco de vantagem sobre seus rivais no momento, a montadora não é a primeira a seguir este caminho.
"Nós observamos o downsizing dos motores em toda a indústria", disse Kaushik Madhavan, diretor de pesquisa da consultoria Frost & Sullivan, "embora as montadoras estejam tomando rotas diferentes para chegar lá."
A Fiat, por exemplo, usa um motor turbo de dois cilindros em seu TwinAir 500, fiel ao Cinquecento original, de 1957.
O motor tem alta eficiência em termos de consumo de combustível graças a uma gestão cuidadosa da quantidade de ar que entra no motor, o que ajuda a melhorar a combustão.
Tudo é feito com a utilização de controles eletro-hidráulicos das válvulas de entrada, no lugar do tradicional comando de válvulas por eixo.
"O motor da Ford é evolucionário," opina Madhavan. "Mas o da Fiat é revolucionário."
O design retrô da Fiat promete fazer 30 km/l de combustível, com uma emissão de CO2 de apenas 95 g/km.




O 1.4 TSI da VW oferece melhor potência e melhor característica de torque do que um motor de 2.3 litros aspirado.

Enxugamento agressivo

Desenvolvimentos similares estão ocorrendo em toda a indústria automobilística, o que inclui fabricantes como a maior empresa de carros de luxo do mundo, a BMW, que está se preparando para introduzir os frugais motores de três cilindros em seus carros.
"Consequentemente, os motores a gasolina vão passar por enxugamentos muito mais agressivos do que os motores a diesel," diz Madhavan.
Na Europa é permitido o uso de motores a diesel em automóveis, e esses vinham roubando lugar dos motores a gasolina há vários anos, graças a novas tecnologias que permitem que elas poluam menos do que seus equivalentes a gasolina.
Mas isso parece destinado a mudar.
A empresa de consultoria de Madhavan prevê que, até 2018:
- mais da metade dos carros movidos a gasolina vendidos na Europa terão motores menores que 1.2 litro, em comparação com um quarto em 2010;
- carros com motores a gasolina pequenos, menores do que 1 litro, vão alcançar parcelas de mercado de 5% a 16%;
- apenas 5% dos veículos a gasolina terão motores de 2 litros, contra 10% em 2010.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Comboio de veículos sem motorista roda 200 km na Espanha

O primeiro caminhão era dirigido por um motorista, enquanto o segundo caminhão e os três automóveis vinham atrás, seguindo o líder de forma automática, sem motorista.

Frota inteligente

Enquanto o Google começa a rodar com seu carro sem motorista nos EUA, na Espanha um comboio inteiro acaba de fazer com sucesso sua primeira jornada.
A empresa Volvo colocou nada menos do que dois caminhões e três carros rodando juntos, testando um sistema de comunicação veículo a veículo que permite que o comboio atue de forma autônoma e coordenada.
O primeiro caminhão era dirigido por um motorista, enquanto o segundo caminhão e os três automóveis vinham atrás, seguindo o líder de forma automática, sem motorista.
Isto representa um passo adiante em relação ao conceito de carro sem motorista, uma vez que, além de andar por contra própria, os veículos precisam se comunicar uns com os outros para que o movimento seja coordenado.

Siga o líder

O comboio percorreu 200 quilômetros de estradas normais na Espanha, como parte do projeto Sartre (Safe Road Trains for the Environment).
Fruto de um consórcio de empresas e universidades, com financiamento da União Europeia, o projeto pretende colocar carros sem motorista nas estradas em dez anos, na tentativa de evitar os acidentes automobilísticos.
Este é o primeiro teste da técnica "siga o líder" em estradas - a estrada estava com trânsito normal, não tendo sido fechada para o teste.
"Nós percorremos 200 quilômetros em um dia e o teste ocorreu sem qualquer incidente. Estamos realmente entusiasmados," disse Linda Wahlstrom, que coordenou o experimento.

Comunicação veículo a veículo

O sistema de navegação e comunicação veículo-a-veículo inclui câmeras, radares, sensores a laser e comunicação por rádio.
Os veículos no comboio usam o sistema para "imitar" o comportamento do veículo-líder através de um controle autônomo, acelerando, brecando e virando exatamente da mesma forma que o líder.
O comboio rodou a 85 km/h, mantendo uma distância de seis metros uns dos outros. Em pistas fechadas, o sistema já foi testado com sucesso com intervalos entre os carros de cinco a 15 metros.

>> Alemanha começa testar carros inteligentes

Casas inteligentes: tecnologia já está disponível

A maior parte das tecnologias para as casas inteligentes já está disponível no comércio. O que falta é um controle central.

Agentes inteligentes

Os edifícios inteligentes já têm o seu lugar na agenda da arquitetura e da construção civil.
Mas, e as casas, quando elas também começarão a ficar inteligentes?
Não há mais o que esperar, garante a engenheira Diane Cook, da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos.
Em um levantamento realizado para a revista Science, Diane fez um inventário de todas as tecnologias já desenvolvidas e que podem ser utilizadas para dar um pouco mais de inteligência às casas.
Segundo ela, não falta muito para que nossas casas façam o papel de "agentes inteligentes", dotados de sensores e programas de computador para antecipar nossas necessidades e fazer automaticamente tarefas que podem melhorar nossa saúde, facilitar nossa interação social e, sobretudo, ajudar a economizar.

Casa que pensa

Muitas casas já possuem a maior parte do aparato mais complicado necessário para essas tecnologias: os sensores, que já vêm embutidos em fornos de microondas, aparelhos de TV e timers para ligar e desligar aparelhos eletrodomésticos.
O que falta é interligar tudo.
"Nós queremos que sua casa como um todo 'pense' sobre o que você quer, e use esses componentes para fazer a coisa certa no tempo adequado," disse ela.
Essa é exatamente a especialidade da engenheira, que vem aplicando inteligência artificial em sistemas de automação residencial.
Seu laboratório atual é um conjunto de 18 apartamentos na cidade de Seattle, onde ela está testando um sistema de monitoramento de idosos que dispensa a presença física do acompanhante.
Os sensores espalhados pela casa alertam o cuidador, pela internet ou pelo celular, caso o morador tenha deixado de lado qualquer tarefa programada.
Isso inclui hora de acordar e dormir, horário das refeições, dos medicamentos e até se o vovô está deixando o banho para o outro dia.
Com a tendência mundial de envelhecimento da população, o cuidado aos idosos é visto como um dos mercados mais promissores para novas tecnologias.

Pesquisadores brasileiros criaram o protótipo de uma casa do futuro que une sustentabilidade e eficiência energética.

Skype em todo lugar

Outras tecnologias já em testes incluem o agendamento de equipamentos como máquinas de lavar roupa e louça, secadoras, a manutenção da temperatura da água nos reservatórios e o alerta caso algum aparelho seja ligado ou desligado.
No lado da interação, a ideia é usar tecnologias como o Bluetooth e o WiFi para permitir a comunicação remota, sem precisar usar as mãos, de qualquer lugar da casa.
Será a era do "Skype em qualquer lugar," diz Diane, o que, segundo ela, inclui câmeras espalhadas por todo lado.
Assim será mais fácil monitorar os idosos e as crianças.

Privacidade e segurança

Mas a pesquisadora também pondera sobre as questões de privacidade e segurança, como o risco de ter imagens, voz ou dados bisbilhotados por observadores indiscretos.
"As tecnologias das casas inteligentes, assim como muitas outras, estão enfrentando o desafio clássico de serem aceitas e adotadas," diz ela.
Em suas pesquisas, os dados mostram que a maior resistência vem dos moradores mais idosos. Eventualmente porque ninguém gosta que outros fiquem vigiando a hora que você toma banho - ou não toma.
"Em última instância", diz ela, "quando as pessoas tiverem uma compreensão melhor do que essas tecnologias fazem, e verem uma utilidade que contrabalance a sua intromissão, a adoção irá começar. Eu acredito que algumas tecnologias vão ganhar impulso tão logo começarem a ser usadas."

Fonte: Inovação Tecnológica.