Pesquisar

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Peixe-robô chama a atenção para a poluição das águas

Projetado para monitoramento da qualidade das águas, o robô se diferencia dos inúmeros outros projetos de peixes-robôs por um sistema de propulsão oscilante.

Movimento oscilante

Pesquisadores lançaram às águas um peixe-robô amarelo que realmente é capaz de chamar a atenção.
Projetado para monitoramento da qualidade das águas, o robô se diferencia dos inúmeros outros projetos de peixes-robôs e dos robôs submarinos por um sistema de propulsão por braço oscilante.
Embora tente imitar um peixe, os animais têm um sistema de locomoção bem mais complexo, que inclui a oscilação de todo o corpo, coordenada com o movimento das barbatanas.
A propulsão do novo robô está para o nadar de um peixe assim como o voo de um pássaro está para o voo de um avião.
Contudo, simulações em computador têm mostrado que projetos mais avançados de peixes-robôs podem ser altamente eficientes, levando alguns cientistas a falarem em substituir as hélices na propulsão de navios.

Projetos alternativos

Luke Speller, um dos criadores do peixe-robô amarelo, afirmou que um dos objetivos dos testes, que está sendo realizado no norte da Espanha, é refinar o projeto, com vistas a comercializá-lo para o monitoramento ambiental.
Já existem robôs monitorando todos os oceanos da Terra desde 2008, mas todos usam sistemas mais simples e mais eficientes de locomoção, sobretudo porque um monitoramento mais eficiente exige que o robô mergulhe continuamente, para coletar dados a várias profundidades.
Mas parece haver espaço para projetos diferenciados: há poucos dias, robôs movidos por ondas bateram o recorde mundial de distância para robôs autônomos flutuantes.
E seu objetivo também é o monitoramento ambiental.

Embora não tenha um sistema de propulsão eficiente, o peixe-robô pode encontrar seus próprios nichos de aplicação.

Cada um na sua

O robô-peixe amarelo pode até perder em eficiência na conversão de energia - a carga de suas baterias não dura mais do que oito horas - mas tem grande apelo de mídia.
Assim, ele pode encontrar seu nicho de aplicação na divulgação da robótica, em atrações turísticas, ou em "iniciativas ambientais" onde o marketing seja mais importante do que o meio ambiente em si, como ocorre nos "projetos de sustentabilidade" de várias empresas.
Por detrás das cortinas, ou sob as águas, o trabalho sério poderia ser feito por enxames de robôs flutuantes, capazes de coletar dados continuamente em águas rasas ou até mesmo na correnteza de rios.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Brasileiros constroem barco não tripulado para monitorar meio ambiente

O trimarã possui 1,80 metro de comprimento por 1,60 metro de largura, e é impulsionado por ventos ou pela energia solar, gerada por painéis solares e por um sistema de energia regenerativa.

Barco com KERS

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, apresentaram o primeiro protótipo de seu novo barco robotizado, uma embarcação não tripulada voltada para o monitoramento ambiental.
A embarcação foi projetada para realizar observações de peixes, da qualidade da água, bem como outros tipos de observações em águas fluviais - rios, lagos e represas.
Seu grande diferencial é a autonomia, com menor exigência de reabastecimentos devido ao uso de um sistema combinado de propulsão que inclui velas, motor elétrico e energia solar.
Quando o veículo é impulsionado pelas velas, entra em ação um sistema regenerativo de energia: a energia do deslocamento é aproveitada para gerar eletricidade, que é acumulada em uma bateria.
Quando necessário, a energia da bateria é usada nos motores. "O funcionamento pode prosseguir por até 48 horas, caso não haja luz solar ou ventos."

Trimarã

A embarcação possui 1,80 metro de comprimento por 1,60 metro de largura. Construída em isopor de alta densidade, ela pesa 25 quilos.
"A construção utilizou um material que não cause danos a outras embarcações," explica o professor José Roberto Monteiro, coordenador do projeto.
O barco possui uma estrutura com três cascos, denominada trimarã, com um casco principal e dois laterais. "Essa distribuição permite maior estabilidade lateral, favorecendo a colocação de velas para impulsionar a embarcação", conta o professor.
O veículo pode ser dirigido por controle remoto, e a navegação é feita por meio de coordenadas de GPS. "Os indicadores de posicionamento servem para ajustar os ângulos da vela e do leme, conduzindo o barco ao local desejado", acrescenta o pesquisador.
A embarcação é projetada para água doce, mas a utilização no mar poderá ser viabilizada com a construção de uma versão de maior porte.

Barco elétrico

Além das velas, a embarcação possui motores elétricos alimentados pela energia de baterias - estas por sua vez recarregadas continuamente por um painel solar e pelo sistema de energia regenerativa. "Desse modo, não há necessidade de paradas para reabastecimento, aumentando sua autonomia," aponta Monteiro.
As principais aplicações do protótipo estão na área ambiental, como a observação do comportamento de peixes por meio câmeras submersíveis. "A presença de um mergulhador poderia espantar os peixes, enquanto o veículo pode permanecer todo o tempo no local, realizando filmagens."
A aplicação do veículo na observação de peixes tem tanto objetivos econômicos, na produção para alimentação humana, como ecológicos, como no estudo de hábitos de espécies ameaçadas, com vistas à sua preservação.
Outra utilização prevista para o barco é o monitoramento da qualidade da água em grandes represas.
O protótipo está em fase final de construção e deverá ser testado em uma represa no interior de São Paulo ainda neste ano.

Fonte: Inovação Tecnológica

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Primeiro carro sem motorista é licenciado nos EUA

O veículo licenciado nos EUA é um Toyota Prius, cujo sistema de navegação autônoma está sendo desenvolvido desde 2005 pelo Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de Stanford.

Carro do futuro

A Europa quer carros sem motorista nas estradas em dez anos, mas foram os Estados Unidos que saíram na frente.
O estado de Nevada acaba de dar autorização para a circulação do Google Driverless Car - carro sem motorista da empresa Google.
Na verdade, mais de mil carros inteligentes já estão sendo testados na Europa, mas em condições de avaliação, sem uma licença definitiva.
No Brasil várias equipes trabalham com sistemas autônomos de navegação para veículos.
Para orientar a navegação do carro, o veículo traz câmeras no teto, radares e um laser que o ajuda a "ver" pedestres, ciclistas e os demais carros na estrada.
É reconhecido internacionalmente que a maioria dos acidentes de automóveis ocorre por falha humana.
Assim, o que se espera é que carros inteligentes possam assumir a direção para evitar acidentes.

Supervisores da automação

O veículo licenciado nos EUA é um Toyota Prius, cujo sistema de navegação autônoma está sendo desenvolvido desde 2005 pelo Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de Stanford.
Segundo o engenheiro Sebastin Thrun, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, o carro já percorreu 255 mil quilômetros em testes, durante os quais foi registrado um único incidente, com uma batida sem gravidade.
A licença para a condução automática do veículo foi concedida à empresa e ao seu projeto. Mas o governo estadual já afirmou que pretende, no futuro, conceder licenças a pessoas físicas, que poderão ter seus próprios carros com condução automática.
Contudo, uma legislação que trata do assunto, e que entrou em vigor em março deste ano, afirma que um carro sem motorista precisa ser supervisionado por duas pessoas - um motorista, para casos de emergência e um técnico capacitado para "fiscalizar" o computador de bordo.

>>>> Google testa carro sem motorista

Fonte: Inovação Tecnológica.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Casa do futuro une sustentabilidade e eficiência energética

A casa sustentável e energeticamente autônoma combina elementos de alta tecnologia com soluções tradicionais de arquitetura e engenharia.

Casa sustentável

Pesquisadores de diversas universidades brasileiras criaram o protótipo de uma casa do futuro, batizada de Ekó House, que está sendo montada na USP.
Trata-se de uma casa eficiente, sustentável e inovadora, que funciona exclusivamente com energia solar, tanto térmica quanto fotovoltaica.
"A casa tem aproximadamente 47 metros quadrados. Ela conta com cozinha, sala de jantar, sala de estar, banheiro e quarto. O ambiente é projetado para dar flexibilidade de uso.
"Com persianas e móveis o ambiente é alterado, aumentando a área social ou a área íntima," explicou Bruna Mayer de Souza, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e uma das integrantes da iniciativa.

Residências Energia Zero

O projeto da Ekó House está em desenvolvimento desde o final de 2010.
O protótipo combina elementos de alta tecnologia com soluções tradicionais de arquitetura e engenharia.
No aspecto de pesquisa, diversos itens do projeto e da construção da Ekó House embasam pelo menos uma dezena de trabalhos acadêmicos que resultarão em teses, dissertações e artigos científicos.
Além disso, o desenvolvimento do protótipo está inserido em um convênio entre USP e Eletrobrás, que tem como objetivo principal o lançamento das bases de uma indústria nacional de Residências Energia Zero (REZ) com tecnologia brasileira e adequação às nossas diversas regiões bioclimáticas.
"O projeto busca desenvolver pesquisa sobre Residências de Energia Zero (REZ) para o nosso clima e sociedade. Buscamos tecnologias que levem a um menor impacto ambiental das residências brasileiras," explica a pesquisadora.

A casa eficiente funciona exclusivamente com energia solar, tanto térmica quanto fotovoltaica.

Solar Decathlon

O projeto é a proposta brasileira que está concorrendo ao Solar Decathlon Europe 2012, uma competição internacional onde 20 equipes, representando universidades de todo o mundo, projetam, constroem e colocam em funcionamento uma casa sustentável e com eficiência energética.
O Solar Decathlon é dividido em dez categorias, que avaliam as inovações da casa, como sua capacidade de geração e eficiência energética, conforto, qualidade espacial e construtiva, entre outras.
As casas são construídas e testadas localmente e transportadas para o local da competição em Madrid, na Espanha, onde devem ser montadas em dez dias. Lá permanecem em exposição lado a lado por 17 dias, quando estão abertas à visitação do público e são realizadas as provas.
"A casa será levada para Madrid parcialmente desmontada, em contêineres. A estrutura é feita de peças de cumaru e placas de OSB (oriented stranded board) que formam painéis. Esses painéis são preenchidos com lã de vidro para isolamento térmico.
"Como revestimento, são usadas placas cimentícias e, entre os painéis e as placas, também é utilizado aerogel, um material fibroso de alta eficiência no isolamento térmico. Os painéis já irão prontos para Madri, com todas as suas camadas instaladas, inclusive com canos e fios, para lá serem apenas encaixados", explica Bruna.

Fonte: Inovação Tecnológica.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Exército brasileiro prepara sistema de prevenção contra ataques cibernéticos

Blindagem vulnerável

O Exército brasileiro anunciou a compra de novos softwares para segurança e prevenção contra ataques cibernéticos.
As medidas fazem parte de um planejamento mais abrangente do governo brasileiro para criar um sistema de defesa e contra-ataque de possíveis ameaças a páginas e redes institucionais e de proteção a dados sensíveis.
"Hoje temos um preparo mínimo para cenários de ataque. Temos uma grande rede, a EBnet, que reúne os quartéis em todo o país, e ela está bem blindada, mas há pontos de vulnerabilidade,", disse o general Antonino Santos Guerra, diretor do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (Ccomgex).
Em janeiro, as Forças Armadas concluíram duas licitações para a compra de um antivírus e de um programa que simula ataques cibernéticos, no valor total de cerca de R$ 6 milhões.
Os dois programas serão desenvolvidos por empresas brasileiras.

Anonymous

Na última sexta-feira, o grupo de hackers Anonymous Brasil atacou o site do Banco Central e as páginas dos bancos BMG, Citibank e PanAmericano, que ficaram temporariamente instáveis.
O grupo também assumiu a autoria de ataques aos sites dos bancos Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e HSBC, que aconteceram durante a semana.
Também na última sexta-feira, o FBI anunciou que está investigando como ativistas ligados ao grupo Anonymous conseguiram interceptar uma conferência telefônica entre agentes americanos e a britânica Scotland Yard, em que discutiam ações legais contra os hackers.
Outros ataques em sites institucionais americanos e gregos foram registrados.

Defesa cibernética

"Os ataques que registramos até agora são parecidos com os que acontecem em qualquer empresa. Tentativas de roubos de senhas, negações de serviço etc. Mas o modo como se obtém uma senha de banco é o mesmo que se pode usar para obter dados confidenciais do Exército. E já tivemos sites do governo derrubados", afirma Guerra.
Segundo o general, o simulador de guerra cibernética treinará os oficiais em pelo menos 25 cenários de diversos tipos de ataque contra redes semelhantes às do Exército.
A Ccomgex, que coordena a compra do antivírus e do simulador de ataques cibernéticos faz parte do Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber), criado em 2010 para concentrar a administração de todas as ações de proteção virtual da organização.
O programa adquirido por R$ 5,1 milhões será desenvolvido pela empresa carioca Decatron e atualizado de acordo com as necessidades da organização, o que deve facilitar a manutenção do sistema de segurança, de acordo com o general.
O antivírus, no valor de R$ 800 mil, também está em fase de desenvolvimento e deverá ser entregue pela empresa BluePex, de Campinas (SP), dentro de 12 meses.

Tecnologia nacional

O diretor do Ccomgex diz que a preferência por empresas nacionais para o programa de proteção do Exército deve estimular a competição e o avanço das empresas de tecnologia e sistemas de segurança no Brasil.
Por isso, as empresas que venceram as licitações terão prazos maiores para realizar mudanças customizadas nos programas, de acordo com as necessidades das Forças Armadas.
O orçamento previsto para o CDCiber em 2012 é de R$ 83 milhões, que devem ser destinados a pelo menos outras quatro aquisições que incluem equipamentos, softwares e o treinamento de pelo menos 500 oficiais.
"Temos cursos externos para militares das três forças e também no mercado universitário, para pós-graduações. No futuro, queremos contratar pessoas que conhecem a área para trabalhar aqui, ou que possam dar consultoria", disse Guerra.

Roubos eletrônicos

O especialista em segurança cibernética Mikko Hypponen, da empresa finlandesa F-Secure, diz que o Brasil se distingue de outros países pela frequência de ataques cibernéticos relacionados ao roubo de dinheiro.
No entanto, o país já começa a registrar ataques a sites de instituições governamentais e empresas privadas de grupos de ativistas, como o Anonymous e o LulzSec, que tem "divisões" nacionais.
"Na maioria dos países, os ataques são feitos por pessoas de fora. O Brasil é diferente porque boa parte dos ataques alveja os bancos e a maioria deles é feita por pessoas do próprio país", disse Hypponnen.
Segundo o especialista, o Brasil é considerado o número 1 em criar "cavalos de Troia", espécies de programas maliciosos, para atacar bancos.
"Esses programas nem tentam romper os sistemas de segurança dos bancos, que são, em geral, muito bons no Brasil. Mas eles infectam os computadores pessoais dos clientes, para poder entrar em suas contas quando elas acessam os bancos online", explica.

País pacífico

Para o general Antonino Guerra, o Brasil ainda não precisa se preocupar com ataques realizados por outros países nem com a espionagem de seus cidadãos. "Somos um país pacífico, não é esse o tipo de problema que temos aqui", diz.
No entanto, Hypponnen acredita que o governo brasileiro precisará se preocupar também com a segurança de empresas privadas, caso queira prevenir possíveis crises.
"Boa parte da infraestrutura crítica do Brasil não é gerida pelo governo e sim por companhias privadas, como a telefonia e as usinas nucleares. Para garantir que o país conseguirá operar durante uma crise, é preciso garantir que essa infraestrutura continuará a funcionar. O governo tem que ter um papel mais ativo em ajudar as empresas a protegerem suas redes", afirma.
Em comunicado enviado à BBC Brasil, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) disse que "os ataques mais preocupantes são aqueles que visam acesso indevido a informações sigilosas da Administração Pública Federal" e afirmou que a preparação do órgão contra possíveis ataques tem sido "adequada".

Araques eletrônicos

De acordo com o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança (CERT), que reúne notificações de ataques eletrônicos em todo o país, o Brasil registrou quase 400 mil ataques a computadores em 2011.
Cerca de metade das fraudes registradas, segundo o CERT, foram páginas falsas, geralmente de bancos, criadas para roubar dinheiro dos usuários. A outra metade das notificações corresponde quase completamente aos cavalos de Troia, que dão acesso a contas bancárias quando elas são acessadas pela internet.
O centro, que recebe dados de empresas, universidades, provedores de Internet e Grupos de Segurança e Resposta a Incidentes (CSIRT), diz que as segundas-feiras são os dias com mais incidentes reportados e que mais de 80% dos ataques tem origem no Brasil.
Segundo dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as fraudes bancárias realizadas pela internet e computadores dos clientes custaram R$ 685 milhões aos bancos só no primeiro semestre de 2011, 36% a mais do que no mesmo período em 2010.

Fonte: Inovação Tecnológica.

Europa faz exercício de guerra cibernética

Guerra com cavalos, vírus e vermes

Pesquisadores europeus deram detalhes de um exercício de guerra realizado no último mês de Março na Estônia.
A operação Locked Shields (escudos fechados, em tradução livre) não envolveu explosões, tanques, aviões ou armas.
O que se fez foi tentar prever as consequências de um novo tipo de conflito, uma guerra cibernética.
Na operação, uma equipe de especialistas atacou outras nove equipes, espalhadas por toda a Europa.
A equipe de ataque usou várias técnicas, incluindo vírus e vermes no estilo "cavalo de Troia", para tentar extrair dados das equipes inimigas.
O tipo de ataque mais comum, geralmente associado ao termo guerra cibernética, é o DDoS (distribuição de negação de serviço, na sigla em inglês), em que servidores recebem um número de acesso grande demais para sua capacidade, fazendo-os sair do ar.
Mas os ataques DDoS são relativamente primitivos quando comparados com as últimas armas digitais.
Por isso os especialistas europeus decidiram ver como se saem em casos de ataques feitos por "inimigos" bem treinados.

Guerra virtual com danos reais

Já há algum tempo que se considera que a guerra cibernética deixou de ser ficção.
As coisas ficaram mais preocupantes depois que o vírus Stuxnet atacou uma central nuclear do Irã, mostrando que as ameaças virtuais podem causar danos reais.
Ano passado, a empresa Symantec detectou uma segunda versão do Stuxnet, chamado Duqu, que estaria pronto para ataques fábricas.
Embora ninguém tenha assumido a autoria do vírus e do ataque, o dedo da suspeição caiu sobre os governos dos Estados Unidos e de Israel. O jornal New York Times publicou uma reportagem que mostrava alusões ao Velho Testamento no código do vírus.
Assim, cresceu o temor de que a Guerra da Web, se e quando acontecer, possa gerar danos físicos, prejudicando a infraestrutura e até causando mortes.
"Eles podem causar blecautes, e não apenas cortando o fornecimento de energia, mas danificando de forma permanente geradores que levariam meses para serem substituídos. Eles podem fazer coisas como causar explosões em oleodutos ou gasodutos. Eles podem fazer com que aeronaves não decolem", afirmou Richard A. Clarke, especialista em segurança cibernética dos presidentes americanos Bill Clinton e George W. Bush, sem dizer especificamente a quem ele se refere por "eles".

Sistemas Scada

No centro do problema estão interfaces entre os mundos físico e digital conhecidas como sistemas Scada - Supervisory Control and Data Acquisition, Controle de Supervisão e Aquisição de Dados.
Estes controladores computadorizados assumiram uma série de tarefas que antes eram feitas manualmente. Eles fazem de tudo, desde abrir as válvulas de oleodutos até monitorar semáforos.
Em breve estes sistemas serão comuns nas residências, controlando coisas como o aquecimento central ou o fornecimento de energia.O detalhe é que estes sistemas usam o ciberespaço para se comunicar com os computadores de controle, receber suas tarefas e relatar problemas.
Caso hackers consigam entrar nestas redes, em tese eles conseguiriam também o controle da rede elétrica, do fornecimento de água, dos sistemas de distribuição para indústria ou supermercados e outros sistemas ligados à infraestrutura.
Em uma demonstração, realizada em 2007, o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos atacou e praticamente destruiu um grande gerador a diesel através de seus dispositivos Scada.
Uma das razões da maior vulnerabilidade dos sistemas Scada é que eles não são programados por especialistas em segurança, mas pelos próprios engenheiros envolvidos em sua fabricação.

O feitiço e o feiticeiro

Os especialistas já apontam para uma diferença da eventual guerra cibernética em relação às guerras "convencionais".
Se as armas cibernéticas se espalharem, os alvos serão, na maioria, ocidentais, e não "países exóticos e distantes", que têm pouca dependência da internet.
Isto significa que as velhas regras de defesa militar, que favoreciam países poderosos e tecnologicamente mais avançados como os Estados Unidos, podem não se aplicar mais.

Fonte: Inovação Tecnológica.