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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Estabilizador ou filtro de linha? Entenda para que servem estes equipamentos

Antes de chegar às tomadas, a energia elétrica percorre longas distâncias e sofre alterações em suas características. Embora os sistemas de geração, transmissão e distribuição sejam projetados para oferecer energia elétrica ininterruptamente, a enorme quantidade de usuários e equipamentos conectados a esta rede somada à falta de manutenção em cabos e transformadores podem gerar curto-circuitos, blecautes, surtos e oscilações de tensão na corrente elétrica.
Distúrbios no fornecimento de energia da rede da concessionária, mesmo imperceptíveis para o ser humano, podem causar danos a equipamentos eletroeletrônicos, estejam eles energizados ou não, simplesmente por estarem conectados na tomada. Instalações elétricas inadequadas – tais como fiação mal dimensionada para o tipo de tensão exigida (os fios podem aquecer demasiadamente e até entrar em curto-circuito ou combustão) ou falta de aterramento – também podem ocasionar falhas no funcionamento de eletrônicos.
Isso ocorre porque a as redes elétricas entregam energia com tensão de 110 volts (V) e 220 V, em corrente alternada. O computador ‘funciona’ com essa tensão, mas seus componentes, contudo, operam em corrente contínua com tensão entre 3 V e 12 V. Para que esse suprimento seja fornecido adequadamente, os computadores possuem uma fonte de alimentação que faz a transformação necessária para o abastecimento de cada componente.
Essas fontes foram projetadas para receber a energia elétrica da rede da concessionária dentre de uma determinada tensão. Variações bruscas podem acarretar problemas simples em um PC que esteja em funcionamento, como travamento do teclado e vibrações no monitor, ou prejuízos sérios como a queima de computadores e seus periféricos.
Tais variações podem ser de vários tipos: sobretensão (elevação brusca dos níveis de tensão), subtensão (diminuição brusca nos níveis de tensão), transiente (pequena variação de tensão devido ao acionamento de aparelhos elétricos caseiros), quedas de tensão (falta de energia por tempo prolongado) e pico de tensão (variações elevadas nos níveis de tensão por curtos períodos).
Existem no mercado dois tipos de dispositivos utilizados para proteger os computadores e periféricos desses problemas, filtros de linha e estabilizadores de tensão, cujas funcionalidades são bem diferentes.

Filtros de linha

O filtro de linha elimina ou minimiza os ‘ruídos’ da rede elétrica, que normalmente ocorrem por causa de transientes. “Esses ruídos podem ser gerados por outros equipamentos conectados a rede, como motores, fontes chaveadas e aparelhos de solda ou ainda por descargas atmosféricas Eles interferem no funcionamento normal do computador, levando muitas vezes à perda de dados, enquanto os surtos de tensão podem queimar partes sensíveis do PC”, diz Valdelírio Soares, presidente da Microsol.
Além de remover ruídos e picos de tensão, os filtros de linha têm outras finalidades básicas. Por exemplo, ele expande o número de tomadas disponíveis perto do PC ou de equipamentos de áudio/vídeo e protege contra curto-circuitos e sobrecarga de tensão. Isso é possível porque a maioria dos filtros de linha possui um disjuntor (ou fusível) responsável por desligar a alimentação elétrica, caso a corrente total exigida pelo equipamento seja maior do que a corrente rotulada. No caso de dispositivos protegidos por fusível, em caso de sobretensão, esse se funde, sendo necessária sua substituição para que o filtro de linha volte a funcionar corretamente.
Como o mercado por filtros de linha é grande, existem muitos fabricantes que colocam produtos à venda e que não trazem todos os componentes de proteção necessários para uma boa filtragem de interferências eletromagnéticas e de picos de tensão. Alguns equipamentos não têm nem mesmo qualquer componente de filtragem, funcionando apenas como uma mera extensão.
Filtros de linha baratos não têm componentes para filtragem eletromagnética, apesar de terem pelo menos um varistor – pequeno componente eletrônico que oferece proteção contra descargas elétricas de curta duração. Bons filtros de linha têm tanto varistores quanto componentes para filtragem eletromagnética. A partir de janeiro de 2008, todo estabilizador deverá ter um filtro de linha interno, segundo a nova norma do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Como comprar um filtro de linha - Se estiver realmente preocupado em proteger seu equipamento, você não deve economizar na hora de adquirir um filtro de linha. Recomendamos que escolha um que tenha pelo menos três varistores. Como saber isso? Se na caixa do produto ou em suas especificações técnicas estiver escrito algo como “L-N, L-G, N-G”, isso significa que o filtro de linha tem pelo menos três varistores.
Procure por um filtro de linha com a menor tensão de ativação (330 V é o mínimo atualmente) – este parâmetro vai estar descrito como “clamping voltage”. Tensão de ativação é a tensão a partir da qual os varistores começam funcionar. O ideal é que eles comecem a funcionar no exato momento em que o pico de tensão ocorrer.
Outro detalhe importante é o tempo de resposta, que é o intervalo necessário para que o filtro de linha comece a funcionar quando um pico de tensão é detectado. Há ainda a corrente de pico, que é a corrente máxima de pico que os varistores conseguem suportar sem queimar. Quanto mais alto, melhor.
E, por fim, existe o nível de absorção de energia, medido em Joules. Ele mostra a quantidade de pico de energia que o filtro de linha suporta antes de queimar seus varistores.

Estabilizadores

O segundo tipo de equipamento de proteção comumente utilizado são os estabilizadores de tensão. Eles são desenvolvidos para proteger os eletrônicos das variações bruscas de tensão como a sobretensão e a subtensão. Sua função é regular a tensão elétrica que chega da rede da concessionária e entregar para os computadores o nível de tensão adequado e constante exigido pelas fontes de alimentação.
“O estabilizador é um equipamento que corrige as diferenças de tensão da rede. Ou seja, ajustam a tensão da energia para que os equipamentos conectados recebam a energia mais próxima da ideal. Isto significa que, se a rede estiver baixa, o estabilizador a eleva e mantém a tensão dentro de limites aceitáveis. Caso a rede esteja alta, o equipamento faz a correção inversa”, explica a gerente de marketing da SMS Tecnologia Eletrônica, Gisella Magni. “A subtensão pode impedir ou atrapalhar o funcionamento do computador e a sobretensão pode levar à queima do computador, especialmente a fonte e a placa-mãe”, complementa Soares, da Microsol.
O computador e todos seus periféricos devem ser ligados no estabilizador. No entanto, é importante observar que a soma das potências dos equipamentos ligados ao estabilizador não pode ser maior do que a potência nominal dele. De acordo com Soares, a ordem ideal para a conexão dos equipamentos à rede elétrica para a melhor proteção possível é: tomada, filtro de linha, estabilizador e, neste, o computador e seus periféricos.
Proteção extra - Caso o usuário esteja disposto a garantir ainda mais proteção aos seus equipamentos de informática, o ideal é adquirir uma unidade de fornecimento de energia. Também conhecidos por Uninterruptable Power Supply (UPS) ou nobreak, esses equipamentos asseguram o fornecimento de energia para o computador e periféricos no caso de falta de energia e oferecem proteção total contra problemas que vão desde pequenas interrupções em frações de segundos até blecaute total, e também contra ruídos, sobretensões e subtensões.
Esses equipamentos podem tanto funcionar por apenas alguns minutos, para que o usuário possa desligar normalmente o computador sem perda de dados e, neste caso, são chamados shortbreakes, quanto podem funcionar por longos períodos. Sua autonomia depende da potência de sua baterias e também da quantidade de equipamentos que estiverem ligados a ele.

Fonte: PCWORLD

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